Manifestação realizada, no dia 14 de setembro deste mês, em frente à Assembleia Legislativa, organizada pela Associação de Subtenentes e Sargentos do Estado de Goiás (ASSEGO) contou com a participação de algumas entidades que apoiam os militares e buscam os direitos já estabelecidos para a classe.
A pauta feita pela ASSEGO foi bem elogiada e a maioria dos que estavam acompanhando a Assembleia Geral Unificada, tinham suas expectativas altas para que o Governador Ronaldo Caiado se sensibilizasse com a luta de cada militar.
De 17 de março até o dia 16 de setembro, 64 militares - policiais e bombeiros – perderam suas vidas. Cerca da metade desses óbitos, vítimas da Covid-19.
O Presidente da ASSEGO, Subtenente Luiz Cláudio Coelho de Jesus, afirmou durante Assembleia que “A nossa expectativa é que possamos levar a mensagem da melhor forma e que os policias militares e bombeiros militares continuem unidos para uma grande luta que se inicia em prol dos nossos direitos que estão sendo segregados em decorrência do Governo do Estado de Goiás”, disse o Subtenente Cláudio.
Policial militar que estava acompanhando a manifestação, disse “Eu fui uma das vítimas do Covid-19, adquiri esse vírus no trabalho, recuperei graças a Deus e estou novamente no combate interruptamente”, relatou o Sargento Cícero que estava a trabalho.
Segundo o Coronel Anésio Barbosa da Cruz Júnior, “A taxa de contaminação dos militares estaduais é seis vezes superior a da população em geral, outro dado que também nos preocupa é a própria expectativa de vida dos militares que desenvolve um trabalho penoso e arriscado que já é vinte anos menor que o da população em geral”. Ele ainda acrescenta, “É uma classe totalmente diferenciada de servidores que merece atenção, valorização e reconhecimento” ponderou o Coronel.
Quem também expos sua opinião foi Delegado Humberto Teófilo de Menezes Neto, “Nós estamos cobrando o que é de direito, que está previsto na lei, nada mais”.
O delegado ainda afirma “Essa movimentação aqui dos representantes de classe para demonstrar o descontentamento em relação ao Governo Estadual que fez a promessa e o direito está previsto em lei e nós queremos apenas o cumprimento”.
Durante a Assembleia houve um momento de homenagem aos guerreiros que faleceram em decorrência da Covid-19. Placas com rostos de cada um foram levantadas, durante uma chamada ao grito da palavra “Presente”, simbolizando a participação de cada um. Após esse ato tocou-se a marcha fúnebre e durante um minuto de silêncio, muitas pessoas se emocionaram.
Major Araújo, pré-candidato a prefeito por Goiânia, foi muito apoiado por todos que estavam ali, falou “Quando o diálogo não é mais possível o caminho é essa mobilização constante e deliberações que podem sair daqui, mas o fato só de mobilizar já causa no palácio uma certa reflexão”, expressou ele.
A Assembleia que durou cerca de três horas, também contou com uma caminhada até o Palácio Pedro Ludovico, onde ergueram-se as faixas com rostos dos militares mortos e em cima do carro de som, os representantes chamaram a atenção do Governador Ronaldo Caiado.
Ao final da Assembleia, o Tenente Coronel Nilson Justino, diretor de finanças da Caixa Beneficente, declarou “A nossa expectativa é a melhor possível, porque eu creio que houve uma participação muito boa da nossa tropa e eu creio que o Governador se ele for uma pessoa inteligente que eu creio que ele é, ele vai atender as nossas demandas”, articulou o diretor.
Após todos esses atos durante a Assembleia Geral Unificada, ficou resolvido que a Assembleia Geral fosse suspendida por 15 dias até que o governo se manifeste oficialmente sobre as demandas que foram protocoladas pelas entidades em sua gabinete.