O presidente Jair Bolsonaro fez, nesta quinta-feira (10), uma defesa dos partidos do "centrão" do Congresso e contestou o que chamou de "satanização" das legendas, ao comentar a troca que promoveu no comando do Ministério do Turismo, na véspera. Acompanhado do novo titular da pasta, Gilson Machado , Bolsonaro negou que a demissão de Marcelo Álvaro Antônio já estivesse decidida anteriormente para ceder espaço a um parlamentar. As declarações foram feitas durante transmissão ao vivo pela internet.
Conforme noticiado pelo portal IG, Bolsonaro abordou o tema depois de apontar que a troca do ministro do Turismo saiu na capa de muitos jornais nesta quinta. Ele disse que Marcelo Álvaro Antônio "estava fazendo um bom trabalho, ninguém nega isso daí, mas teve um problema".
"Houve excesso, mas tá resolvido, mas infelizmente nós aí exoneramos o ministro Marcelo Álvaro Antônio . Tá certo? Ele continua amigo nosso, o que nós pudermos ajudá-lo, nós ajudaremos. Obviamente essa ajuda tem uma contrapartida de ele nos ajudar também em cima dos conhecimentos que ele tem", comentou o presidente, sem citar explicitamente o motivo da demissão: a mensagem enviada por Álvaro Antônio com críticas à articulação política do ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo.
Em seguida, ele afirmou que ao contrário da versão que foi noticiada — que a demissão já estava decidida porque ele daria esse ministério para um parlamentar e colocaria Gilson Machado interinamente no posto — o novo ministro foi nomeado como efetivo, e ele já assinou seu termo de posse: "Não teve nada de negociação, não estava previsto também...".
O presidente então refutou a análise de que a demissão expôs uma ofensiva do governo na Câmara e que ele "estaria trocando, entregando ministério para alguém de um partido qualquer, em troca de apoio na Câmara".
"Eu quero deixar bem claro, pessoal, quando o pessoal fala em " centrão ", eu já integrei, vamos lá, Partido Progressista (PP), PTB, PFL, atualmente, DEM e PSC. E fui também de outros partidos extintos, que se extinguiram por fusões: o PPB e PPR", afirmou.
Ele argumentou que os partidos podem ter influência sobre os políticos, mas eles são independentes. E declarou: "então essa negócio de ficar aí cada vez mais satanizando partidos não existe".