Antônio Carlos de Almeida Castro, advogado criminalista mais conhecido como Kakay, afirma que existem muitas provas para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, analisar e chegar a conclusão de que Bolsonaro é responsável pela morte de milhares de brasileiros na crise sanitária durante a pandemia da Covid-19.
Para Kakay, as provas e documentos que serão analisados pela CPI irão indicar não apenas a irresponsabilidade do presidente diante da crise sanitária, mas, principalmente, um ato doloso, e que deve ser respondido criminalmente.
''Eu não tenho nenhuma dúvida que nessa CPI, que o Brasil inteiro está mobilizado, nós teremos, fatalmente, um resultado para demonstrar a responsabilidade do Presidente, do ministro da Saúde e de outros agentes públicos ligados ao Presidente. É quase impossível a defesa do Presidente da República conseguir mostrar que não houve intenção dele em desprezar a crise sanitária e em politizá-la'', afirma o advogado.
''Em junho de 2020, quando ele tomava aquelas atitudes políticas de dizer que não existia o vírus, que não existia doença, que não precisava usar máscara, ser contra o lockdown, que podia aglomerar, já era uma irresponsabilidade, mesmo sem que tivéssemos noção do tamanho da crise. Agora, com a comprovação de que ele, (Bolsonaro)deixou de comprar vacinas, aí já é um ato doloso, que faz com que ele tenha que ser responsabilizado criminalmente por isso'', diz o advogado.
''Não vão ser apenas depoimentos e testemunhas. Há prova documental da negativa dele de comprar vacinas aquele momento em que o Ministro da Saúde determinou a compra e que ele desautorizou por questão política'', completa o advogado.
Para Kakay, Bolsonaro deverá ser imputado da culpa pelas mortes de pelo menos, 150 mi brasileiros.
''A responsabilidade é dele, e não apenas pela crise em si, nós vamos ter que responsabilizar pelas mortes mesmo. Todas as pessoas com mais de 50 anos que deixaram de tomar vacina e que já poderiam ter tomado, no mínimo a partir de dezembro, podem imputar a ele [Bolsonaro] a responsabilidade. As provas são abundantes'', finaliza o advogado.