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Presidente da CPI diz que há provas de que não houve interesse de Bolsonaro na vacina

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, o senador Omar Aziz (PSD-AM), em entrevista a Folha e S. Paulo, disse que já está provado que o presidente Jair Bolsonaro negligenciou inicialmente a compra de vacinas.

''Não houve nenhum interesse na compra da vacina no primeiro momento. Se apostou muito na imunização de rebanho, kit cloroquina, ivermectina, disse o senador, afirmando que, pelas informações que foram colhidas, poderíamos ter tido a vacina bem antes do planejado e uma quantidade bastante grande'', completa.

Ainda de acordo com o Senador, a maior parte dos erros cometidos por Bolsonaro são consequência do mau aconselhamento, embora ele não possa usar esse fato para se eximir da culpa.

"O governo errou desde o primeiro momento. Não apostou no isolamento, não apostou na máscara, no álcool em gel, na vacina, uma série de coisas que poderiam ter ajudado a salvar pessoas. E continuam apostando na cloroquina'', afirma Omar Aziz.

Por fim, Omar ainda criticou a decisão do STF de conceder o habeas corpus para permitir que o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, se cale durante o depoimento, já que o considera peça importante.

''Acho que o ex-ministro Pazuello é a pessoa que pode nos dar mais informações, porque começou com ele. Veja bem, quando a Pfizer procura o Brasil, ele foi uma das pessoas que recebeu a carta. Por que não respondeu? Deram ordem para ele não responder? É isso que queremos saber. Não era política do Ministério da Saúde adquirir vacina?'', questionou.

Depoimento

O advogado Zozer Hardmann, que está auxiliando o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello em sua preparação para a CPI da Covid-19, afirmou à coluna Painel, da Folha de S.Paulo, que o general tem intenção de responder todas as questões dos senadores durante a sabatina a qual será submetido.

''O ministro Pazuello pretende responder todas as perguntas. Porém, como toda e qualquer testemunha tem o direito ao tratamento digno, urbano e respeitoso'', disse Hardmann à reportagem da Folha.

Na última sexta-feira (14) a defesa de Pazuello teve seu pedido de habeas corpus atendido por Lewandowski. Com isso, fica garantido o direito do ex-ministro de ficar em silêncio nos casos de perguntas sobre si mesmo.

O depoimento de Pazuello na CPI da Covid está marcado para a próxima quarta-feira (19).

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