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1983: Iris realiza em Goiás o maior mutirão do mundo

Quando assumiu o Governo de Goiás, em 1983, o recém eleito Iris Rezende Machado tinha como um dos seus inúmeros objetivos à frente do executivo goiano minimizar as questões de moradia popular e conter o avanço das ocupações irregulares que se espalhavam pelas cidades. Foi então que o emedebista, que acabara de retomar seus direitos políticos suspensos pela ditadura militar havia 10 anos, elaborou o programa Mutirão da Moradia, sobretudo para atender a população de baixa renda de Goiânia. A "casa própria" já era uma preocupação de Iris e na sua primeira gestão como prefeito da capital, de 1966 a 1969, o emedebista construiu vários conjuntos de casas populares, como a Vila Redenção, a Vila Canaã, a Vila União e Vila Alvorada, por exemplo. Ao assumir o governo, Iris definiu como prioridade a construção da Vila Mutirão, na região Noroeste de Goiânia, a capital que sofria com o processo migratório urbano e um grande déficit de moradias populares. O próprio governador se encarregou de escolher o local e, embora a aquisição tenha sido feita pelo Estado, foi Iris quem iniciou as negociações da área com o proprietário. Idealizador dos mutirões urbanos, Iris tinha convicção de que seria possível erguer mil casas em um único dia e levou esse projeto adiante. Depois de várias reuniões com sua equipe e estudos sobre que materiais usar e como adquiri-los, decidiu-se pela construção das casas por peças pré-moldadas, mais leves e de tamanhos menores. Conclui-se, também, que seriam necessários, no mínimo, cerca de 10 pessoas para cada casa, ou 10 mil para que o mutirão fosse um sucesso. Iris Rezende, com sua capacidade de mobilização e carisma, assumiu a tarefa de convocar as pessoas para o empreendimento. O governador apelou aos empresários de transporte coletivo para que não cobrassem passagem no dia do mutirão. No dia 16 de outubro de 1983, um domingo, cerca de 20 mil pessoas, entre homens e mulheres, se apresentaram pra ajudar Iris Rezende a erguer, num só dia, mil casas populares, naquele que ficou conhecido como o maior mutirão humano de que se tem notícias no mundo.

Fio Direto

A convocação
Iris Rezende usou todos os meios disponíveis para convocar o povo a participar do auspicioso projeto que previa construir mil casas em um único dia. A edição do Jornal Diário da Manhã do dia 12 de outubro de 1983 trouxe o chamamento de Iris: "ao raiar do dia 16 próximo, estarei como comandante e como operário. Todo serviço que o operário fizer, eu o farei também".

Dona Íris
Durante a realização do grande Mutirão das mil casas, 300 legionárias do Bem-Estar Social, lideradas pela primeira dama Dona Íris de Araújo, colaboraram com as obras. Além do apoio médico e alimentar, elas participaram da construção de três casas e contribuíram com o plantio de 50 mudas de árvores ao longo da ilha central da Avenida do Povo.

Futuro do MDB
O presidente estadual do MDB em Goiás, Daniel Vilela, disse, ao lamentar a morte do ex-governador de Goiás e ex-prefeito de Goiânia, Iris Rezende, o maior líder emedebista de todos os tempos, que o seu partido tem capacidade de produzir novos líderes, tanto pela força histórica, quanto pelo legado fenomenal deixado por Iris Rezende ao longo dos mais de 60 anos de vida pública.

Maus-tratos aos animais
O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), sancionou leite que torna obrigatória a divulgação das penas previstas para crime de maus-tratos aos animais, quando se tratar de cão ou gato, com a indicação das formas de proceder à denúncia. O projeto que deu origem à Lei é de autoria da Vereadora Luciula do Recanto (PSD).

A empatia de Iris
Durante uma conversa com o então prefeito de Goiânia, Iris Rezende, perguntei ao decano emedebista como ele, um homem com uma trajetória invejável de sucesso na política, teria reagido naquele 17 de outubro de 1969, quando foi cassado pela ditadura militar, se poderia ter sido o dia mais triste da sua vitoriosa carreira? Sem hesitar, Iris me disse que não e que não se deixou vitimizar, porque entendia que outros haviam sofrido violência muito maior do que aquela injustiça que o alcançou.

Asmego
A juíza Patrícia Carrijo deve ser reconduzida à presidência da Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (Asmego) em eleição marcada para o próximo dia 8 de dezembro. É que a nova diretoria para o biênio 2022/2023 será escolhida em chapa única, que tem, além de Patrícia Carrijo na presidência, o desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga como vice-presidente e o desembargador Homero Sabino de Freitas como segundo vice-presidente.

Iris Rezende foi reverenciado em vida
Desde que anunciou sua aposentadoria da vida pública, em agosto de 2020, o então prefeito de Goiânia, Iris Rezende, começou a receber uma série de homenagens e honrarias pelos seus mais de 60 anos de vida pública, uma vitoriosa carreira construída pelo amor de um político pelo seu povo. Foram dezenas de eventos que levaram o decano emedebista às lágrimas pela emoção de se dar conta do quanto foi respeitado e amado por sua gente.

No dia 24 de novembro de 2020, o governador Ronaldo Caiado aproveitou o lançamento de obras da Saneago, na região Noroeste da capital, para prestar uma homenagem ao amigo. "Iris é um símbolo que dignifica o povo goiano, por fazer política com altivez, amor e espírito público", disse Caiado. Segundo o democrata, "poucos homens escreveram essa história na política do Estado de Goiás e do Brasil, porque a maioria foi expulsa da vida pública muito antes”.

Linha cruzada

O deputado estadual Maycllyn Carreiro (PRTB), em entrevista à Rádio Sucesso, desmentiu o boato de que o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), tivesse sido barrado na entrada do velório do ex-prefeito Iris Rezende no Palácio das Esmeraldas. Segundo foi divulgado por aliados de Mendanha, ele teria sido impedido de adentrar ao recinto.

De acordo com o deputado, que disse estar logo atrás do prefeito de Aparecida, numa pequena fila de autoridades, Gustavo Mendanha em momento algum foi barrado por ninguém. "O fato é que para se adentrar ao salão precisava de uma autorização e as autoridades se apresentavam, recebiam essa autorização do chefe de cerimonial e entravam sem problemas. Foi assim com todo mundo, comigo, com o Rogério Cruz e com o Gustavo", disse o deputado.

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