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Lula diz que MTST será 'sujeito' em um novo governo do PT

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, em um vídeo direcionado ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), liderado por Guilherme Boulos (PSOL), que o grupo não será "coadjuvante", mas, sim, "sujeito" em um eventual novo governo petista. O petista indicou que, caso eleito, o movimento terá papel decisivo nas políticas sobre habitação.

Boulos esteve presente ontem em uma reunião entre representantes do PSOL e do PT, que costuram uma aliança para as eleições. Integrantes do PSOL cobram do PT que mantenha em seu plano de governo a revogação das reformas trabalhista, previdenciária e do teto de gastos. O partido também quer que o PT reforce a pauta ambiental.

'Gratidão'

Na gravação ao MTST, Lula diz ter "gratidão muito grande" ao movimento, que fez manifestações contra a sua prisão na Operação Lava Jato. Em uma delas, em 2018, o grupo invadiu o tríplex no Condomínio Solaris, no Guarujá. Para o Ministério Público Federal, o imóvel e suas reformas, feitas pela OAS, representaram um pagamento de propinas ao ex-presidente. O processo foi anulado pelo Supremo Tribunal Federal.

"Eu conversei com o companheiro Boulos sobre a situação que estamos fazendo agora. Muitos projetos de casas foram abandonados. O Minha Casa Minha vida parou", destacou o ex-presidente.

"Se a gente voltar a governar esse país não pense que vai ter moleza não. Nós vamos nos encontrar muitas vezes. Para discutir a qualidade da casa, como gerenciar essas casas, e vocês irão assumir responsabilidades", disse Lula. "Não serão apenas coadjuvantes. Serão sujeitos da história. Vão ter que ajudar a construir programa, ajudar a conquistar e a governar."

Durante seus mandatos, Lula contou com apoio e forte interlocução com o Movimento dos Sem Terra (MST), que ficou esvaziado após a saída do PT do poder. Uma das lideranças do PSOL que esteve no encontro afirmou que a sigla petista foi cobrada para que a campanha de Lula deixe as articulações somente de bastidores com políticos e aliados e passe a ter mais foco na mobilização de movimentos sociais.

O PT ainda tem divergências com o PSOL na corrida eleitoral. Em São Paulo, Boulos é pré-candidato ao governo estadual, e tem dito que não vai retirar sua candidatura. O PT mantém Fernando Haddad na disputa.

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