Investigado pela compra de uma mansão avaliada em R$ 6 milhões, em Brasília, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirma à Justiça, na ação que transita no TJ-DFT, que fez uso da renda do trabalho como advogado para financiar o luxuoso imóvel localizado no Lago Sul, bairro nobre da capital federal.
O anúncio de venda informava que se tratava da “melhor vista de Brasília da suíte máster”. O senador, no entanto, registrou o imóvel em um cartório de Brasilândia, cidade de perfil rural a 50 km do Plano Piloto.
A defesa de Flávio filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro também sustenta que Fernanda, mulher de Flávio, ‘se dedica ao exercício da odontologia há bastante tempo’, estabelecida em consultórios no Rio e em Brasília.
O senador também alega que sua renda não consiste só no salário de R$ 24 mil que recebe como parlamentar, uma vez que atua também como advogado, empresário e empreendedor, por muitos anos.
Os argumentos fazem parte de contestação protocolada pelos advogados de Flávio no âmbito da ação civil pública que a deputada Érika Kokay (PT-DF) moveu questionando o financiamento autorizado pelo BRB no caso de Flávio. O processo foi movido não só contra o banco e seu presidente, Paulo Henrique Bezerra Rodrigues Costas, mas também contra Flávio Bolsonaro e sua mulher Fernanda.
Na ação, a parlamentar pede a suspensão do empréstimo concedido ao casal, argumentando que a autorização do financiamento no caso de Flávio e Fernanda se deu em suposto ‘desacordo com regras internas’. A deputada aponta desvio de finalidade e lesão à moralidade administrativa.
A deputada também contesta as explicações do senador e cobra uma posição sobre a linha de crédito tão significativa. Afinal, como senador seu vencimento é de R$ 33.763 mil. Na eleição de 2018, em que se elegeu senador, Flávio declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) patrimônio de R$ 1,74 milhão.
Com informações Estadão
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