O Brasil está na 142ª posição do ranking internacional da participação de mulheres na política, que devido a exclusão histórica, ainda faz com que muitas tenham dificuldades de ocupar cargos de poder, serem eleitas ou terem voz ativa nas tomadas de decisões políticas.
"Isso é vergonhoso. Menos de 15% das mulheres ocupam cargos de poder. No entanto, segundo dados do TSE, nós somos 53% do eleitorado. Tem alguma coisa errada aí", afirma a prefeita de Bela Vista de Goiás Nárcia Kelly.
Segundo a promotora Villis Marra, esse pensamento de que mulher não gosta de política deve ser erradicado. "Mulher gosta de política sim. Quem sabe onde o sapato aperta é a mulher". "Nós temos que nos posicionar, colocar o nosso nome e exigir das autoridades, da sociedade que a nossa participação seja importante, que a nossa participação seja relevante", ressalta a promotora.
Para Nárcia Kelly, as mulheres precisam entender que são capazes, que têm poder e potencial. "Embora a política seja uma máquina de moer gente, porque é pesado, mas o que não é pesado na vida? (...) Todo mundo que faz a diferença na sociedade, na história, que luta pelos outros, pela coletividade, enfrenta dificuldades. Então, para nós mulheres, é mais difícil. Eu falo que para uma mulher ser tão reconhecida como um homem no mercado de trabalho, seja na política, em qualquer área, é preciso trabalhar umas três vezes mais para ter metade do reconhecimento. É uma questão de entender a importância disso para você e acreditar no seu potencial" pontua a prefeita.
De acordo com Nárcia Kelly, se queremos ocupar o nosso espaço, precisamos fazer a nossa parte e incentivar as mulheres a participar. "Votando em mulheres, praticando a sororidade, esse sentimento que todas nós somos irmãs, recomendando as outras no mercado de trabalho, lutando contra esse machismo estrutural e essa manutenção do poder só nas mãos dos homens. Para isso, é importante a valorização da democracia e a nossa atuação forte", destaca.
Para a prefeita, precisamos acabar com a competição entre as mulheres e entender a importância de termos mulheres nos representando em cargos de poder. "Nós temos que entender isso, porque quando uma brilha, todas brilham. A gente está aqui lutando por todas. Quanto mais mulheres colocarem seu nome à disposição, maior a chance desse vácuo histórico do poder ser alterado", explica Nárcia Kelly.
Para Villis, com o nosso trabalho, disposição, determinação e com a conscientização das mulheres e dos homens, nosso país um dia vai chegar lá.
Confira a entrevista completa no vídeo abaixo:
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