A Advocacia-Geral da União apresentou queixa-crime à contra o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) por associar 'africanos a quociente de inteligência baixo, inclusive o comparando a de macacos'. O órgão pede à Procuradoria-Geral da República que investigue o parlamentar por suposto racismo.
Desde a quarta-feira, 28, a Procuradoria-Geral da União estuda 'medidas jurídicas cabíveis' contra deputado considerando a declaração dada em programa do '3 Irmãos Podcast'. O apresentador Rodrigo Barbosa Arantes também é citado na queixa-crime.
A AGU sustenta que as declarações discriminatórias da dupla, 'ao associar africanos a quociente de inteligência - QI baixo, inclusive o comparando a de macacos, e esse fato à existência de ditaduras, claramente apontam para a prática de crime'.
"A manifestação é claramente discriminatória, pois diferencia a capacidade cognitiva de seres humanos considerando a origem africana, continente em que sabidamente a maioria da população é negra, concluindo que não teriam aptidão para compreender regime democrático", ressaltou a AGU.
O documento foi elaborado pela Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD), que argumenta que as declarações de Gustavo Gayer não tem 'qualquer correlação com a atividade parlamentar' - "tema discutido, além de preconceituoso e discriminatório, não possuía pertinência com a atividade legislativa, nem com qualquer outra atribuição da Câmara dos Deputados e do Congresso Nacional"
A ação se soma à do ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida, que disse ter levado o caso não só à PGR, como à Polícia Federal e à Câmara dos Deputados. A deputada Duda Salabert (PDT-MG) também acionou o Conselho de Ética da Casa para avaliar as declarações do parlamentar.
COM A PALAVRA, O DEPUTADO
Até a publicação desta matéria, a reportagem buscou contato com o parlamentar, mas sem sucesso. O espaço está aberto para manifestações.