No depoimento prestado à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) na tarde de quinta-feira (14/9), Diego Pupe, antigo assessor de Jair Renan Bolsonaro, afirmou ter mantido um relacionamento “amoroso e romântico” com o filho mais novo do ex-presidente Jair Bolsonaro, conhecido como “04”. Pupe revelou essa informação ao Metrópoles logo após seu depoimento no âmbito da Operação Nexum.
No mês passado, Jair Renan foi alvo de busca e apreensão pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária (Dot/Decor), unidade da PCDF. A Operação Nexum, que também faz parte desse contexto, cumpriu mandados de busca e apreensão e prisão preventiva por crimes contra a fé pública, associação criminosa e prejuízo ao erário do Distrito Federal.
Durante seu depoimento, Pupe afirmou ter ouvido de Maciel Carvalho, empresário de Jair Renan, a ordem para transferir a empresa RB Eventos para outra pessoa. Na época, o filho do então presidente estava sendo investigado pela Polícia Federal por supostos crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro envolvendo a empresa.
Antes da transferência, a RB Eventos funcionava no mesmo endereço da 357 Cursos, uma empresa de aulas de tiro comandada por Maciel, conforme o depoimento.
A transferência da RB Eventos para Marcos Aurélio Rodrigues, parceiro comercial de Maciel e dono da 357, chamou a atenção da Polícia Civil, que suspeita que Rodrigues seja um laranja em um esquema ilegal. A investigação revelou que não houve pagamento pela movimentação, apesar de a empresa ter faturado R$ 4 milhões em um ano.
NOTÍCIAS RELACIONADAS:
POLÍTICA
Lula assina PL que dispõe de auxílio-aluguel por 6 meses a mulheres vítimas de violência
POLÍTICA
Câmara aprova minirreforma eleitoral que encurtará punição a candidatos inelegíveis
POLÍTICA
STF condena primeiro golpista do 8/1 à pena de 17 anos
POLÍTICA
STF tem maioria para condenar primeiro réu do 8 de Janeiro; pena segue indefinida
NOTÍCIAS RELACIONADAS:
Pupe afirmou ao Metrópoles que Renan tinha conhecimento das atividades da empresa e das ações realizadas por Maciel. Ele também mencionou a proximidade entre Renan e Maciel, destacando que a imprensa já havia notado essa relação.
A investigação da PCDF revelou a existência de uma associação criminosa que utiliza terceiros como "laranjas" para ocultar os verdadeiros proprietários de empresas de fachada ou "fantasmas". Os investigados falsificavam documentos e mantinham movimentações financeiras suspeitas, inclusive com possíveis envios de valores para o exterior.