A novela que tem como trama os atos antidemocráticos do dia 08 de janeiro de 2023 está longe de ter uma definição. Após ser instalada pelo presidente do Congresso Nacional, Senador Rodrigo Pacheco (PSD/MG), a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito – CPMI, definiu, na manhã desta quinta-feira, 25, quem ocupará a presidência, vice-presidência e relatoria.
A decisão ocorreu durante a primeira reunião da CPMI, tendo sido escolhidos o deputado federal Arthur Maia (União Brasil/BA), para ser o presidente, Senador Cid Gomes (PDT/CE) para a vice-presidência e a Senadora Eliziane Gama (Cidadania/MA) para a relatoria.
O nome
de Eliziane Gama foi duramente criticado pela oposição governista, com destaque
para a fala do Senador Marcos do Val (Podemos/ES), que alegou em sua exposição que
haveria possível parcialidade da relatora, tendo em vista sua proximidade com o
atual Ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino (PSB/MA). A costura
dos acordos realizados com o centrão, no entanto, prevaleceu e não houve
mudanças nos quadros definidos.
Em seu primeiro discurso na CPMI, a senadora relembrou que durante a CPI da Covid-19, a presença das mulheres na estrutura de membros da comissão era irrisória, e comemorou o fato de nesta oportunidade poder ocupar uma relatoria de extrema importância para a história política do país.
Como tentativa de satisfazer gregos e troianos, houve a tentativa de se criar um cargo de segundo vice-presidente, que seria preenchido pelo Senador Magno Malta (PL/ES), no entanto após questionamentos do também Senador oposicionista, Espiridião Amim (Progressistas/SC), o caso será encaminhado para a comissão de Constituição e Justiça da casa legislativa a fim de se consultar a legalidade do ato. O regimento interno do congresso não prevê dois cargos de vice-presidência.