O governador Ronaldo Caiado e o vice-governador Daniel Vilela, presidentes do União Brasil e do MDB, respectivamente, só irão tratar de eleições municipais a partir de janeiro de 2024, mas os prováveis candidatos a prefeito, vice e vereador da base aliada já se movimentam na preparação de escolha de nomes.
O Palácio das Esmeraldas projeta conquistas de dois terços dos 246 prefeitos goianos, em outubro do ano que vem, o que vai contribuir para o fortalecimento da campanha eleitoral de 2026, quando haverá disputa para o governo de Goiás e outros cargo majoritários e proporcionais.
Os dirigentes União Brasil, PP, PSD, PDT, Solidariedade e outras legendas focam, principalmente, nos grandes colégios eleitorais do estado, como Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Rio Verde, Jataí, Jaraguá, Goianésia, Catalão, Itumbiara, Porangatu, Águas Lindas de Goiás, Luziânia, Trindade e Formosa.
A base governista entende que, para a sucessão estadual de 2026, provavelmente com Daniel Vilela como candidato à sucessão estadual, é fundamental a formatação de uma sólida estrutura de prefeitos e vereadores em todas as regiões do estado, “Vamos nos empenhar para que a base de Caiado e Daniel assegure a reeleição de prefeitos e conquiste novos gestores municipais para chegarmos ainda mais fortes às eleições de 2026”, afirma o prefeito de Campos Verdes, Haroldo Naves, já reeleito, vice-presidente estadual do MDB e presidente da Federação Goiana de Municípios.
Para Haroldo Naves, a força da base aliada é resultado do trabalho administrativo realizado por Ronaldo Caiado e por Daniel Vilela. “Há uma presença muito sólida do governo estadual nos municípios em todas as áreas, principalmente em saúde, educação, segurança, infraestrutura e ações sociais”. Ele elogia o trabalho da primeira-dama Gracinha Caiado. “Ela está sempre em contato permanente com as primeiras-damas”.
O prefeito de Goianira, Carlão da Fox, presidente da Associação Goiana de Municípios e filiado ao União Brasil, diz que a base do governador Ronaldo Caiado entra “forte” na disputa pelas prefeituras goianas. “Há um ambiente pela reeleição dos nossos prefeitos e também por conquistas de novas prefeituras, em todas as regiões do estado.
Carlão da Fox elogia Caiado e Daniel por realizar um governo “efetivamente municipalista” em Goiás. “O Palácio das Esmeradas está sempre de portas abertas para os prefeitos, vereadores e primeiras-damas, com recursos financeiros para obras e também para a assistência social”.
Grandes colégios
O União Brasil e o MDB estão de olho nos principais colégios eleitorais do Estado. Em Goiânia, por exemplo, os pré-candidatos são Bruno Peixoto (UB), Gustavo Mendanha (MDB) e Ana Paula Rezende (MDB). Embora o PSD seja da base governista, Vanderlan Cardoso n~çao tem a simpatia da base aliada. O prefeito Rogério Cruz (Republicanos) é uma hipótese mais distante.
Em Aparecida de Goiânia, o MDB prepara a filiação de Vilmar Mariano para o próximo dia 15 e deverá contar com o respaldo do União Brasil para a reeleição do prefeito. O deputado federal Professor Alcides (PL), que é da base de Caiado, espera neutralidade do governador.
Em Anápolis, o prefeito Roberto Naves (PP), que já foi reeleito, não escolheu ainda o seu candidato, mas pensa em Alexandre Baldy (PP) e Major Vitor Hugo (PL). O MDB escolheu o seu nome; Márcio Cândido, que concorreu em 2020. O adversário é o petista Antônio Gomide, que foi prefeito por duas vezes.
Em Rio Verde, quatro grupos políticos que gravitam em torno Palácio das Esmeraldas tentam lançamento de candidatura própria ao pleito de 2024, liderados pelo prefeito Paulo do Vale (UB), Lissauer Vieira (PSD), Marussa Boldrin (MDB) e Karlos Cabral (PSB).
Em Catalão, o prefeito Adib Elias poderá retornar ao MDB e liderar chapa de consenso para a sua sucessão. Na base de Adib, existem seis pretendentes: Nelson Fayad, Cairo Batista, Velomar Rios, Jamil Calife, |Leovil Fonseca Júnior e Rodrigo Margon. Também há o nome de Elder Galdino (MDB). Na oposição, surgem Gustavo Sebba (PSDB) e Júlio Paschoal (Novo).
Em Itumbiara, a base aliada tem como pretendentes o prefeito Dione Araújo (União Brasil) e o deputado estadual Gugu Nader (Agir).
Em Águas Lindas de Goiás, o prefeito Lucas Antonietti (Podemos) vai concorrer a novo mandato. O adversário deverá ser o ex-prefeito Hildo do Candango.
Em Luziânia, o prefeito Diego Sorgatto (União Brasil) vai concorrer à reeleição. A adversária é a vice-prefeita Ana Lúcia Silva (Podemos), também da base estadual.
Em Jaraguá, o prefeito Paulo Vítor Avelar (União Brasil) é o favorito na corrida por novo mandato.
Em Goianésia, o prefeito Leonardo Menezes deverá deixar o União Brasil e migrar para a oposição. A base caiadista deverá lançar à prefeitura Renato de Castro (União Brasil), ex-prefeito por dois mandatos e deputado estadual. O MDB de Pedro Gonçalves deverá caminhar com Renato de Castro. Leonardo deverá aliar-se ao PSDB da família Lage.
Em Trindade, a base do governo Caiado deverá ter dois candidatos: o prefeito Marden Júnior (União Brasil) e o ex-prefeito e deputado estadual George Morais (PDT).
Em Senador Canedo, o prefeito Fernando Pelozzo (União Brasil) vai disputar a reeleição com o apoio do governador Ronaldo Caiado, O MDB lançou o empresário Alexandre Braga e o grupo do senador Vanderlan Cardoso (PSD) ainda não decidiu qual candidato vai apoiar.
E, Jataí, o prefeito Humberto Machado (MDB) já foi reeleito, mas, certamente, vai escolher um nome competitivo para a sua sucessão. A oposição não tem nome forte para o enfrentamento com o grupo de Machado e, consequentemente, de Caiado e Daniel Vilela.
Oposição não consegue formatar nomes competitivos a prefeito
A oposição goiana, representada pelo PSDB, PT, PL, PSB, PC do B, não consegue capilaridade política no interior do estado, muito menos tornar-se competitiva às eleições de 2024. Com a chegada de Ronaldo Caiado ao governo de Goiás, em 2019, a oposição definhou nos municípios, com a decisão de prefeitos, vereadores, deputados federais e estaduais em migrarem para a base governista.
O PSDB, que é presidido em Goiás pelo ex-governador Marconi Perillo, perdeu quadros importantes de prefeitos, vereadores, deputados federais e estaduais ao longo de cinco anos e meio. O próprio Marconi Perillo amargou duas derrotas seguidas para o Senado Federal em 2018 e 2022.
O PT já se tornou pequeno no interior do estado há alguns anos: em 2020, elegeu apenas três prefeitos e sequer foi ao segundo turno em Goiânia. Também não conseguiu, naquele ano, voltar à prefeitura de Anápolis, seu principal reduto eleitoral em Goiás.
A esquerda, formada também pelo PSB, PC do B, Rede, Psol, PCB, além do PT, não avança no interior do estado, onde predomina o eleitorado conservador devido ao agronegócio. Em 2022, o PT conseguiu ampliar de uma para duas cadeiras para a Câmara Federal e manteve as rês vagas de deputado estadual.
O PL vai se submeter a primeiro desafio em Goiás após a filiação de Jair Bolsonaro. O partido, presidido em Goiás pelo senador Wilder Morais, promete candidaturas competitivas em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis, mas não tem nomes fortes nos grotões do interior do estado.
Caso a esquerda e mesmo a oposição conservadora não avance nas eleições municipais de 2024, fica comprometido o projeto de apresentar candidaturas competitivas ao governo de Goiás e às duas vagas o Senado em 2026, avaliam os especialistas em marketing eleitoral.
Até julho do ano que vem, os partidos têm prazo para se movimentar em busca de candidaturas competitivas às prefeituras, fazer alianças e pensar em estratégias para alcançar vitórias eleitorais em 2024 e 2026.