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"Bolsonaro entrou em um luto profundo", diz Mauro Cid em depoimento à PF

Cid relata a influência dos conselheiros sobre as ações de Bolsonaro no pós-eleição

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O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, relatou em depoimento à Polícia Federal que, após a derrota nas eleições de 2022, o ex-presidente entrou em um estado de luto profundo. Segundo Cid, Bolsonaro acreditava com certeza que venceria as eleições, mas, após o dia 30 de outubro, quando a derrota foi confirmada, ele passou a enfrentar um período de forte abatimento emocional. “Não vou dizer depressão, mas um luto muito profundo”, afirmou o ex-ajudante de ordens.

Cid detalhou que, nesse período, Bolsonaro teve sua imunidade enfraquecida, o que resultou em um quadro de erisipela, com uma condição grave em sua perna, que, segundo o relato, ficou “praticamente como um osso”. “Ele ficou muito mal”, afirmou Cid, ao descrever o impacto que esse momento teve no ex-presidente. Como consequência, Bolsonaro praticamente interrompeu suas agendas oficiais, inclusive aquelas que eram consideradas importantes. Cid explicou que, durante as oito semanas em que ele catalogou esse período, o ex-presidente se dedicou apenas a encontros com pessoas de seu círculo íntimo, aquelas com interesses mais alinhados ao seu governo.

Conselhos divergentes sobre a postura de Bolsonaro após a derrota

Em seu depoimento, Mauro Cid também mencionou os diferentes conselhos que o ex-presidente Bolsonaro recebeu de três grupos distintos de conselheiros. O primeiro grupo, identificado como mais conservador, sugeriu que ele se posicionasse de imediato como opositor ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, temendo que o Partido dos Trabalhadores (PT) pudesse "destruir o país".

O segundo grupo, chamado de “moderados” por Cid, era formado por generais da ativa que não concordavam com o rumo que o Brasil estava tomando sob o novo governo, mas que se opunham a qualquer ideia de golpe. “Havia um outro grupo de moderados que entendia que o ex-presidente deveria sair do país. ‘Vai descansar, passa uns meses fora nos Estados Unidos, refresca a cabeça, lá você tem apoiadores, e depois volta’”, revelou o tenente-coronel à PF.

Por fim, o terceiro grupo, classificado como “radical”, dividia-se em duas frentes: uma que procurava evidências de fraudes nas eleições e outra que defendia a realização de um golpe de Estado.

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