O governador Ronaldo Caiado (UB) trabalha para ampliar sua base de apoio visando dois objetivos: o primeiro, eleger o prefeito de Goiânia; o segundo, consolidar seu projeto de candidatura à presidência da República.
Nestas últimas semanas, em meio às disputas internas na Capital, que vitimaram as candidaturas do ex-prefeito Jânio Darrot (MDB) e do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Bruno Peixoto (UB), o governador viu brechas para articular um “plano B”: trazer definitivamente para a sua base de apoio o PL.
No melhor estilo “bico calado e pé ligeiro”, Ronaldo Caiado tem conversado com o senador Wilder Morais (PL), buscando sensibilizá-lo para que aceite ser candidato à prefeito de Goiânia. A articulação resolver vários problemas para o inquilino da Casa Verde. Em primeiro lugar, posiciona todo o campo conservador numa única candidatura, pois une num só nome o eleitor que tem simpatia por Caiado e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Em segundo lugar, se Wilder Morais topar o projeto e for eleito prefeito, a sua primeira-suplente, Izaura Cardoso, assume a cadeira no Senado. Trata-se da esposa do senador Vanderlan Cardoso (PSD), que também está incluído na conversa. E, finalmente, em terceiro lugar, com Wilder prefeito de Goiânia o PL vence em uma capital expressiva, e abre caminho para as articulações de Caiado visando tanto a candidatura à presidência, quanto o projeto de eleição de Daniel Vilela (MDB) ao governo do Estado.
Outros nomes surgem no radar do Palácio das Esmeraldas: os deputados federais Silvye Alves e Zacharias Calil, ambos do União Brasil, e o ex-deputado e ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Vitti, também do União Brasil. As conversas vão evoluir até o final de março, revela uma fonte governista.
Articulistas do Palácio das Esmeraldas viram com preocupação a possiblidade de acordo entre o senador Vanderlan Cardoso com o Palácio do Planalto, na dobradinha entre PSD e PT, que poderia viabilizar a vitória de Adriana Accorsi (PT) já no primeiro turno, abrindo caminho para uma candidatura de Vanderlan Cardoso ao governo do Estado em 2026.
O fato, é que na última semana esfriou o clima entre PSD e PT, com Vanderlan dando sinais que pode retomar a candidatura própria ou discutir outro projeto político. O senador, neste momento, é uma espécie de coringa disputado neste baralho eleitoral tanto pelo governo estadual quanto pelo governo federal. Se optar pela aliança com o Palácio das Esmeraldas, Vanderlan Cardoso antecipa sua condição de candidato a reeleição no Senado, como um dos nomes na chapa de Daniel Vilela.
Projetos futuros
Para Wilder Morais, a candidatura em Goiânia, com apoio da máquina do governo do Estado, abre caminhos para uma virtual eleição, que o cacifa no jogo político para o cenário político de 2030, considerando que esta aliança PL-União Brasil-MDB, potencializa a eleição de Daniel Vilela ao governo do Estado em 2026.
Caiado mostra que não está brincando na sua intenção de eleger o próximo prefeito de Goiânia e que leva a sério seu projeto de ser apoiado pelo PL na sua candidatura presidencial.
O governador Ronaldo Caiado vai focar, esta semana, nas articulações para a definição da nova direção nacional do União Brasil, em reunião do diretório, em Brasília, quando se definirá pela permanência ou não de Luciano Bivar na presidência. Novos rumos do comando do UB vão influenciar no projeto presidencial de Ronaldo Caiado, já que uma ala do partido defende aliança com o presidente Lula já no primeiro turno da eleição de 2026.
O jogo é disputado, e só termina quando o juiz apitar aos 45 minutos do segundo tempo das convenções municipais.
Daniel Vilela: escolha de nome na capital passa pelo governador
O vice-governador Daniel Vilela (MDB) disse em entrevista coletiva nesta sexta-feira, 23, que o seu partido não ensaia outros nomes para disputar a Prefeitura de Goiânia. “Estamos conversando com os agentes políticos de Goiânia e na hora certa vamos escolher o melhor nome para representar a base aliada na disputa, mas a palavra final será do governador Ronaldo Caiado.
O emedebista foi indagado acerca da situação do ex-prefeito de Trindade Jânio Darrot (MDB), que foi alvo recente de operação da Polícia Civil de Goiás (PC-GO), e se haveria a aposta mais contundente por parte do governador em outros nomes para a disputa. “Não, o governador está dedicado até o dia 29, agora, às eleições nacionais do União Brasil. Em seguida, ele vai se dedicar em quem vai conduzir todo esse processo (na Capital)”, enfatizou.
Sem descartar ninguém ou citar nomes, o vice-governador frisou que a base governista conta com bons quadros para concorrer à majoritária em outubro deste ano. “Nós temos muitos nomes capacitados para nos representar como candidato e principalmente para serem bons prefeitos para Goiânia”, defendeu.
O vice-governador ressaltou também para a formação de chapa de vereadores para o pleito deste ano, o partido tem o objetivo de dobrar o número de cadeiras na Câmara Municipal. “Estamos atuando bastante, nosso presidente municipal, Agenor Mariano, tem trabalhado o tempo todo e acreditamos que vamos ter a melhor chapa de vereadores”, calcula.
Após sucessivas gestões de Iris Rezende e d eleição de Maguito Vilela em 2020, o MDB não deve lançar candidaturas próprias, este ano, à prefeitura de Goiânia. Nomes como os da empresária Ana Paula Rezende, filha do ex-prefeito Iris Rezende, e do ex-prefeito de Aparecid de Goiânia, Gustavo Mendanha, estão afastados.
O presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto (União Brasil), também cogitado, desistiu da pré-candidatura à prefeitura de Goiânia.
Além de Goiânia, Daniel Vilela tem tratado de escolha de candidatos e alianças partidárias em todos os 246 municípios, com prioridade para chapas comuns do União Brasil e MDB. Questões eleitorais em Aparecida de Goiânia, Anápolis, Rio Verde, Catalão, Itumbiara, Goianésia e outras cidades merecem a atenção de Vilela.
Conversa com Peixoto
O vice-governador Daniel Vilela, do MDB, e o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, Bruno Peixoto, do União Brasil, tomaram um café da manhã na quarta-feira, 21. Os políticos conversaram sobre as eleições de 2024 e, também, da de 2026. O mais provável é que os dois vão caminhar juntos — ao lado do governador Ronaldo Caiado, do União Brasil, que planeja ser candidato a presidente da República, daqui a dois anos e sete meses.
Daniel Vilela e Bruno Peixoto têm uma trajetória comum. Foram vereadores (em Goiânia) e deputados estaduais juntos. A tendência é que continuem a militar no mesmo grupo político — aquele que é liderado por Ronaldo Caiado.