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Caiado pode disputar Presidência com apoio do PL de Bolsonaro

Governador de Goiás admite que atua para angariar respaldo ao seu projeto de concorrer, pela segunda vez, ao Palácio do Planalto

O governador Ronaldo Caiado (UB), afirmou, em entrevista concedida ao portal Metrópoles, que trabalha com objetivo de viabilizar seu nome para a disputa presidencial de 2026. Caiado, que já exerceu mandatos de deputado federal e senador, avalia que possui experiência e bagagem suficientes para pleitear a Presidência da República. “Ao chegar agora na minha faixa de idade, eu tenho condições exatamente de mostrar o que o Ronaldo Caiado fez na política nacional”, pontuou o governador. A entrevista foi concedida aos repórteres Neila Guimarães e Mateus Salomão, em Brasília.

O governador de Goiás avalia que para a eventual disputa, o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é muito importante para o projeto, uma vez que ele está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e não poderá disputar o pleito. “Se eu tiver sucesso em uma candidatura, se eu for indicado, é lógico que vou buscar o apoio dele [de Bolsonaro]”, comentou. Ronaldo Caiado que ainda confidenciou que a Presidência da República é um “sonho”. “Seria um sonho concretizado poder governar um país desse”, destacou Caiado ao M|etrópoles.

Ronaldo Caiado concorreu à Presidência da República em 1989, pelo PSD, na disputa com Fernando Collor de Melo, Lula da Silva, Leonel Brizola, Mário Covas, Afi Domingos, Aureliano Chaves, Roberto Freire e outros. Ele havia concluído o trabalho de dirigir a União Democrática Ruralista (UDR) – movimento que resistiu às ofensivas da esquerda na Assembleia Nacional Constituite.

O governador, que está no 2º mandato (foi eleito para os dois em 1º turno), não pode disputar a cadeira estadual mais uma vez em 2026. Como já ocupou o Legislativo (foi deputado federal por vários mandatos e senador em um mandato), considera que o próximo passo poderá ser a disputa ao Planalto.

Apoio de Bolsonaro

No União Brasil, o nome mais forte atualmente para a disputa da Presidência em 2026 é justamente o de Caiado. No entanto, há especulações de uma possível migração a outro partido, como o Partido Liberal (PL), caso a legenda não o escolha candidato à Presidência. Na entrevista concedida ao Metrópoles, porém, o gestor disse não ver essa possibilidade. Ele avalia que a candidatura deverá se ocupar de buscar boas alianças políticas. “Já que o ponto de defesa, ou seja, os princípios se assemelham, eu não vejo a menor dificuldade de nós compormos uma grande aliança de centro direita no Brasil”, diz.

Um dos apoios que ele espera é o do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Se eu tiver sucesso em uma candidatura, se eu for indicado, é lógico que vou buscar o apoio dele [de Bolsonaro]”, pontua. A relação dos dois, porém, teve percalços nos últimos anos.

Durante as Eleições 2022, Bolsonaro apoiou outro candidato no 1º turno em Goiás, Major Vitor Hugo (PL), que ficou em terceiro lugar na disputa. Ainda assim, no 2º turno da corrida presidencial, Caiado anunciou apoio à reeleição do então presidente.

Caiado teve uma série de divergências com Bolsonaro, principalmente a partir da pandemia de Covid-19. O governador de Goiás criou decretos para garantir o distanciamento social, seguindo recomendações das autoridades de saúde. Em meio às tratativas pela compra de vacinas na pandemia da Covid-19, o governador teve embates com o então presidente, que adotava postura negacionista.

Na entrevista ao Metrópoles, Caiado avalia que esse passado não complicará um eventual apoio. Ele ressalta que teve convivência muito respeitosa, mas que guardou a própria liberdade, além de que há estilos diferentes de governar.

Trunfos do governo

Caiado apontou o programa de segurança pública e o plano social como pontos altos de sua administração desde 2019, quando começou o seu mandato. “Os índices de criminalidade reduziram drasticamente em |Goiás. O cidadão se sente seguro no campo, na cidade, pois tem a tranquilidade para trabalhar, ir à escola, andar nas ruas”. O Plano Social, segundo ele, combateu os bolsões de miséria, reduzindo a desigualdade. “O cidadão sempre foi a nossa prioridade no governo”.

O governador ressaltou que nunca houve greve do funcionalismo durante os seus dois mandatos. “Pagamos rigorosamente em dia os servidores públicos. Nós melhoramos os salários do pessoal da saúde, da educação, da segurança pública. Isso significa melhor e mais qualidade a prestação de serviços à sociedade”.

Governo Lula

Embora sempre esteve na oposição ao PT, desde a Constituinte de 1988, Ronaldo Caiado ressaltou que, como governador de Goiás, mantém uma relação “respeitosa” com o governo Lula. “Me dirijo ao presidente e aos ministros apresentando as reivindicações do Estado para buscarmos soluções aos diversos problemas, sempre de forma educada e respeitosa”.

Para ele, campanha eleitoral e governo exigem comportamentos diferentes: “Na eleição, cada um apresenta suas ideias, suas posições; no governo, temos que convergir em benefício da sociedade que representamos. Não pode haver conflitos, impasses, beligerâncias”.

União Brasil

Questionado sobre o futuro do União Brasil, o governador disse que, a partir de fevereiro, o partido terá uma nova diretriz para delinear as suas decisões no país. Segundo ele, haverá uma reunião, dia 6 de novembro próximo, para marcar uma nova convenção nacional, quando serão definidos estratégias e novos rumos para a legenda.

O União Brasil precisa se expressar, assumir posições de forma uniforme diante dos problemas nacionais. O partido tem hoje 61 deputados federais, 14 senadores, três governadores. Se existem aqueles que defendem que o União Brasil tenha ministérios, vamos discutir isso dentro do partido. No passado, o DEM tinha três ministros no governo Bolsonaro, mas, também, não era ligado ao governo e não havia no Congresso a votação obrigatória.

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