Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federa (PRF), Silvinei Vasques, negou que a corporação tenha impedido eleitores do então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a votar no segundo turno.
Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Vasques expressou sua ansiedade em esclarecer os acontecimentos das operações de fiscalização ocorridas em 30 de outubro.
No início de seu depoimento, o ex-diretor disse que "após oito meses, esta é a primeira oportunidade de revelar a verdade sobre 'a maior injustiça' feita na história da PRF". "Se teve alguém que atuou nessas eleições para que tudo ocorresse bem foi a Polícia Rodoviária Federal", disse.
No dia 8 de janeiro, foi declarado pelo ex-diretor-geral da PRF que já estava fora do cargo. Vasques comunicou que se aposentou em dezembro de 2022. Ao abordar os membros do colegiado, Silvinei enfatizou que as fiscalizações excessivas não se concentraram na região do Nordeste, onde a maioria dos eleitores do presidente Lula (PT) está localizada.
Conforme sua afirmação, as regiões mais intensamente fiscalizadas foram, em ordem, o Sudeste, Sul e Centro-Oeste, enquanto o Norte e o Nordeste ocuparam a quarta posição empatados. De acordo com as informações fornecidas pelo ex-diretor geral da PRF, um total de 694 pontos de fiscalização foram estabelecidos no dia 30 de outubro.
Além disso, Vasques alegou que a maioria da corporação da PRF era composta por eleitores de Lula e que não teria como planejar estas ações sem provas.
"Grande parte dos nossos policiais também eram eleitores do presidente Lula [...] Como nós falaríamos com 13 mil policiais no Brasil explicando qual era a forma criminosa de operar sem ter uma conversa de WhatsApp ou Telegram? Sem ter uma reunião com esses policiais, um e-mail enviado? Na Polícia Rodoviária Federal ou em qualquer órgão federal, ninguém consegue fazer uma trama dessa sem ser juntado provas. Isso não existe, não existiu, é fantasiosa", alegou.
Silvinei assumiu como diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal em abril de 2021, quando Jair Bolsonaro nomeou Anderson Torres como Ministro da Justiça. Ele apareceu ao lado de Bolsonaro em eventos governamentais relacionados à PRF. Nas eleições, Silvinei usou suas redes sociais para apoiar Bolsonaro, mas sua postagem foi apagada posteriormente. .
Em dezembro, ele foi exonerado do cargo após ser investigado por improbidade devido ao seu apoio político. Silvinei foi convocado para depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), juntamente com outras 35 pessoas ligadas a Bolsonaro, após requerimentos apresentados por vários parlamentares.