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O instituto Goiás Pesquisas divulgou na segunda-feira, 17, sondagem para a disputa eleitoral do Governo de Goiás.
No levantamento, encomendado pelo site Mais Goiás, realizado entre 12 e 14 de fevereiro, o vice-governador e presidente do MDB, Daniel Vilela, lidera a disputa, com 26,12% dos eleitores consultados.
Em segundo, aparece o ex-governador Marconi Perillo (PSDB), com 16,75 %, à frente da candidata Adriana Accorsi (PT), com 11,37 %, e Wilder Morais (PL), 9,87%.
A pesquisa com 1.003 eleitores revela três cenários para interpretação.
O primeiro indica que mesmo em pré-campanha e com grande conhecimento de seu nome através de recall, já que foi governador por quatro mandatos, Marconi tem dificuldades em acessar votos anteriores que teve ao longo da extensa carreira.
Ao Senado, Marconi foi superado por Wilder em dois momentos nas urnas - em 2018 e 2022, quando obteve menos votos. E aparecia pontuando melhor nas pesquisas daquelas épocas. Ou seja, numa campanha, como ocorreu antes, ele pode repetir o mesmo desempenho e ver seus votos migrarem para um ou outro concorrente.
Por sua vez, a mesma pesquisa mostra Wilder com uma pontuação aquém do esperado, já que seu nome foi o primeiro da oposição a ser proposto, ainda em 2023, e o único aventado no agrupamento bolsonarista. Assim, também decepciona com a pontuação apresentada, já que aparece atrás do PT.
A presença de Adriana Accorsi próxima de Marconi surpreende, uma vez que o PT não tem tradição em pontuar bem nas eleições estaduais. A deputada federal foi um dos destaques da disputa para a prefeitura de Goiânia, mas ficou de fora do segundo turno ao ser superada pelos candidatos da extrema direita e centro devido ao fato da esquerda ter um histórico teto nas disputas majoritárias.
A pontuação de Daniel é - de fato - a esperada, uma vez que liderar a disputa é o comum de quem integra um forte grupo político. E o governo tende a crescer em desempenho na reta final, o que pode acelerar a vinda de novos votos.
Outra sinalização favorável é a aprovação da gestão de Ronaldo Caiado, que provou nas eleições municipais o poder de transferência de votos - em Goiânia e Aparecida o casal MDB e União Brasil mostrou como poderá ser o volume de jogo da base: com ações ensaiadas nas regiões metropolitanas, caso o que já ocorreu nas manchas eleitorais de Brasília e Goiânia.
A pesquisa tem margem de erro de 3,3 % e revela baixo volume de votantes indecisos, 20,94%, uma vez que ainda não existe nem mesmo cenário uniforme de pré-campanha - Daniel e Adriana, por exemplo, ainda não divulgam material tendo em vista tal realidade.
Os cenários que se apresentam precisam levar em conta a força da base, que tirou em cinco meses o ex-prefeito Sandro Mabel de 5% e o catapultou à vitória.
Em um palco mais favorável, Daniel pode duplicar o poder de votos em menor tempo e repetir Caiado, vencendo no primeiro turno.
PSDB
Nos bastidores, novamente existe a cogitação de que Marconi desistiria da disputa ao governo para tentar o Senado ou a vaga de deputado federal.
O segundo cenário é a dificuldade de Marconi viabilizar uma legenda competitiva que garanta tempo e dinheiro para campanha. O próprio PSDB nada garante ao tucano - sequer sabe se existirá.
Admirador secreto de Daniel Vilela, Jair Bolsonaro tende a apostar fichas em Wilder, desde que note avanço do seu nome. Mais uma vez, background information, ele estaria sentido com a classificação do PL, que perdeu eleições estratégicas em Goiás, passando recibo de incompetente para o ex-presidente, que, por sua vez, foi tripudiando por Ronaldo nas urnas.
Daí a instabilidade.
Bem avaliado
O terceiro cenário de pesquisa é a conjectura de que um governo bem avaliado, com pesquisas sérias e reiteradas, tende a afastar candidaturas oportunistas e desestruturadas. Ou seja, se Daniel repetir o bom desempenho de Caiado nas pesquisas de avaliação e crescer, a tendência será de desistência das demais candidaturas, uma vez que uma campanha exige gastos econômicos e emocionais. Como em 2022, o jogo de 2026 seria vencido antecipadamente em uma disputa plebiscitária.
