Um projeto do passado (e esquecido por décadas) pode ser o pote de ouro que diversas cidades do interior goiano procura há tempos para se desenvolver. Trata-se da fruticultura, iniciativa ‘plantada’ ainda na gestão do ex-governador Ary Valadão, na virada da década de 1970 para 1980. A ação dinamizou o Norte de Goiás com o projeto “Frutas Nobres”. Agora, a centelha deste projeto tem tudo para ser - de fato - colocada em prática. E em outras regiões de Goiás.
Ontem, o governador em exercício, Daniel Vilela, ao lado do embaixador Daniel Zonshinee, de Israel, foram até Flores de Goiás para tratar do projeto de Fruticultura Irrigada do Vão do Paranã. “Temos um planejamento para que Israel possa nos ajudar a avançar tecnologicamente. Sabemos que podemos dar as condições necessárias para que os nossos produtores possam escalar a produção e transformar Flores de Goiás num grande polo fruticultor do país”, disse Daniel.
É emblemático o encontro, pois ele mimetiza uma cena histórica: antes de assumir o governo de Goiás, em 1961, Mauro Borges foi até Israel para conhecer os kibutz.
Foram justamente os fundamentos dos kibutz que inspiraram o combinado agro-urbano de Arraias. Deu certo em parte, uma vez que a produção agrícola mudou nos anos seguintes, se orientando para um lado mais social - apesar da pressão do latifúndio durante a ditadura.
Agora, Vilela propõe um acordo de cooperação com Israel para trazer tecnologia e produção agrícola de Israel para a região Nordeste. O próprio governador Ronaldo Caiado - que está nos Estados Unidos em busca de investimentos para Goiás - tem fé no projeto como ferramenta que alavancará áreas carentes.
Em Goiás, Daniel Zonshinee gostou do projeto de Fruticultura Irrigada do Nordeste Goiano. A tendência é que leve a proposta de Goiás para Israel, que tem tudo para ser grande parceiro comercial do Estado. “Viemos para conhecer a realidade de Flores de Goiás e de que maneira a experiência israelense pode ser relevante para esta área. Espero que depois desta visita, possamos pensar juntos e fazer uma cooperação, trazer tecnologias e ideias que, a meu ver, são relevantes para o projeto”, disse o embaixador.
Melhor renda
Conforme o secretário Pedro Leonardo Rezende [Agricultura], o objetivo do projeto é gerar um movimento de inclusão. A melhora da renda da população rural será consequência.
De acordo com Daniel Vilela, o projeto de Fruticultura Irrigada do Vão do Paranã visa beneficiar cerca de 150 agricultores familiares em uma área de 300 hectares. A projeção é que se produza 4,2 mil toneladas de maracujá e 6 mil de manga.
O projeto é bem apadrinhado: Agrodefesa, secretarias estaduais do Meio Ambiente (Semad) e Geral da Governadoria (SGG), UFG, Codevasf, Embrapa Cerrados, Sudeco e Sebrae Goiás são alguns dos aliados do governador Ronaldo Caiado para resgatar o sonho que começou ainda nas décadas de 1960 e 1970.