O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) afirmou nesta quarta-feira que vai punir a sua filha adolescente de 17 anos caso ela tenha um bom desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Segundo o parlamentar, alunos com nota alta no exame são "avatares ideológicos".
As declarações de Gayer ocorreram durante uma sessão da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, que ouviu o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palácios.
Confira:
Palácios rebateu as críticas de viés ideológico na prova. Ele apresentou dados que comprovam que a maioria das questões do Enem 2023, cerca de 86%, foi elaborada durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), entre 2020 e 2021.
"Nós estamos falando de professores que foram selecionados em 2020 e que estão exercendo essa atividade até hoje. Se há algum tipo de seleção enviesada, ela vem sendo enviesada há muito tempo", afirmou o presidente do Inep.
Segundo Palácios, a seleção de itens e autores citados na prova segue critérios técnicos e objetivos definidos em edital. Ele negou que o Enem demonize o agronegócio, como alegam alguns parlamentares.
O presidente do Inep foi chamado à Câmara para prestar esclarecimentos, após o exame ter sido alvo de ataques de políticos de direita e da bancada ruralista. Eles querem anular questões que abordaram os impactos do agronegócio.