Na última sexta-feira, 11, as 105 páginas do despacho do Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizam a Operação Lucas da Polícia Federal, vieram à tona e lançaram uma nova onda de pensamentos e divulgados que estão destinados a perseguir o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu círculo político e até a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
O despacho apontava para a possibilidade de existência de uma organização criminosa relacionada à venda nos Estados Unidos de joias que foram apresentadas ao governo, mas que supostamente teriam sido desviadas para o patrimônio pessoal de Bolsonaro.
As revelações apresentadas no documento seguiram uma série de procedimentos, entre os quais se destaca a espera em relação à decisão pendente do Ministro Moraes de autorizar os depoimentos do ex-presidente Bolsonaro e de Michelle, bem como a quebra de sigilo fiscal e bancário do casal . Observadores dentro do STF sinalizam que é permitido que o ministro relator do inquérito das milícias digitais recuse esse pedido da Polícia Federal.
O caso também reverbera na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. nquanto a base governista deseja trazer o assunto para o cerne da comissão, a relatora da CPMI, Senadora Eliziane Gama (PSD-MA), argumenta que é crucial verificar se existe uma conexão entre o dinheiro proveniente da venda de peças oferecidas ao governo e o financiamento dos eventos protagonizados por apoiadores de Bolsonaro.
O presidente da CPMI, Arthur Maia (União-BA), discorda da relatora ao enfatizar a necessidade de separar os temas de investigação para maior precisão. Enquanto a base governista busca centralizar o assunto nas discussões, o Deputado Rogério Correia (PT-MG) pretende submeter-se à vigilância a retenção dos passaportes de Bolsonaro e Michelle como medida para garantir sua cooperação nas investigações.
Jair Bolsonaro, após um período de silêncio, rejeitou as alegações, classificando-as como tentativas infrutíferas de manchar sua opinião. No entanto, as revelações da Polícia Federal na Operação Lucas geraram um silêncio notável entre os aliados políticos de Bolsonaro, com Flávio Bolsonaro (PL-RJ) sendo a voz única a se pronunciar nas redes sociais, enquanto Eduardo Bolsonaro (PL-SP), também membro da CPMI, ficou em silêncio sobre o caso.