À medida que a campanha eleitoral para a prefeitura de Goiânia ganha ritmo neste próximo ano, 2024, os novos candidatos têm a responsabilidade de abordar de forma abrangente e estratégica as questões cruciais relacionadas à educação na cidade.
Com uma população crescente e diversificada, a gestão da educação municipal se apresenta como um dos principais desafios a serem enfrentados. Nesse contexto, os candidatos devem focar em diversas áreas como: infraestrutura escolar e acessibilidade; qualidade do ensino; inclusão e diversidade; digitalização e tecnologia; orçamento e transparência; participação da comunidade, dentre outros.
Segundo o professor e vereador Wellington Bessa, e também ex-secretário da Educação da Prefeitura de Goiânia, houve avanço nesta pasta, porém há outros pontos a serem pensados:
Alguns pontos são essenciais para a evolução da Educação em Goiânia, lembrando que evoluímos nesses últimos três anos, tivemos uma guinada pedagógica, saindo do sistema de ciclos de aprendizagem e voltando para o seriado, tivemos a implantação de avaliações sistêmicas, avaliações macro e micro das instituições. Devemos avançar ainda mais nos aspectos pedagógicos, devemos pensar num currículo próprio e currículo novo para a educação de ensino integral, precisamos avançar em números de escolas e CMEIs de tempo integral; buscar um maior atendimento em números de vagas para a educação infantil, principalmente para os CMEIs, sendo possível com a construção de novas unidades; investir em inclusão, aumentando o número de profissionais de apoio, cuidadores e o número de salas para esse atendimento específico, lembrando que houve reforma nos dois CMAIs, e o aumento de 27 salas de atendimento especializado para 55, as quais ficam nas escolas, e com o aumento das mesmas, aumenta-se a capacidade de atendimento da Rede. Houve um maior número de laudos, sendo necessário aumentar a capacidade em atendimento à inclusão; investir nas instituições, melhorar na qualidade dos equipamentos e investir nos servidores, os quais são de excelência, sendo bem formados, capacitados, treinados, podendo prestar atendimento de qualidade aos alunos.
Para a vereadora Sabrina Garcez, o ponto mais urgente é suprimir as vagas em CMEIs:
Acredito que para a Educação, o próximo Prefeito deve: zerar o déficit de vagas nos CMEIs; melhorar a valorização dos servidores, sendo que estamos em momento de discutir o plano de carreira dos administrativos, a valorização e a adequação desse plano, e isso precisa ter continuidade, bem como dos professores, pois somente com servidores engajados e valorizados é que teremos uma educação melhor; investir no término da construção de unidades que estão paradas, além de novas unidades. Com isso, zerar o déficit dos CMEIs e atender os nossos jovens até o 9º ano.
Já o vereador Isaias Ribeiro acredita que o futuro da nossa nação, do nosso povo, é justamente a Educação. Para ele, os novos candidatos devem pensar em:
Investir na Educação é investir no ser humano. O novo gestor terá que se preocupar com os servidores, os professores, os administrativos, sendo que esses precisam ter condições de trabalho, sendo bem remunerados, devendo fazer ajustes nas progressões, nos salários, no auxílio-locomoção. As instituições, em sua estrutura, precisam estar bem revitalizadas, salas climatizadas, merenda de qualidade, além daquilo que for necessário para o bom funcionamento das mesmas. Além disso, é necessário que todo o material pedagógico seja de qualidade. A pasta da Educação tem que ser uma das prioridades de um gestor de uma cidade.
Para a professora da Secretaria Municipal de Educação, Kelcy Helena Furtado Teles, um dos pontos importantes a serem pensados é a saúde das crianças, pois, para ela, isso interfere diretamente no processo ensino-aprendizagem:
Os novos candidatos à Prefeitura de Goiânia precisam se preocupar com a saúde das crianças, uma vez que, antes as instituições eram assistidas por uma equipe com profissionais da área de psicologia, fonoaudiologia, psicopedagogia, dentre outros. Tem crianças que precisam muito desse cuidado. Lembrando que, hoje tenho alunos cursando 7º ou 8º ano do ensino fundamental, que ainda não sabem ler e nem escrever.
A professora Annalee Rodrigues Braga de Queiroz demonstra sua angústia sobre a quantidade de professores adoecidos e sem autonomia em sala de aula, sendo necessária uma atenção maior por parte da gestão atual e dos futuros candidatos:
Há professores adoecidos, sem autonomia em sala de aula, estressados, cansados, chateados por não poderem ensinar o que foi aprendido na faculdade, o bem-estar e aprendizado dos alunos. Infelizmente, hoje, a prefeitura e Secretaria Municipal de Educação de Goiânia tem se preocupado com dados, números e apostilas que não tem nada haver com a realidade de nossas crianças. Com isso, estamos sentindo que estamos nas escolas para preencher papel, para colocar apostilas e apostilas, atividades e atividades, provas e mais provas para os alunos. Isso muito nos frustra. O próximo gestor deve, então, dar autonomia para os professores, pois muitos já possuem mais de 20 anos de pleno exercício, se renovamento, se capacitando, buscando formas lúdicas para ensinar, tornando assim o trabalho pedagógico mais atrativo, mais prazeroso, mais encantador para ambos, professor e aluno. Professores felizes, crianças felizes.
Portanto, para os entrevistados acima, os novos candidatos devem se comprometer com uma abordagem holística da educação, abrangendo desde infraestrutura escolar, a valorização dos profissionais, a inclusão de todos os alunos até a qualidade do ensino. Somente com uma visão ampla e ações concretas nesses aspectos, a cidade poderá oferecer oportunidades educacionais igualitárias e preparar seus cidadãos para um futuro promissor.