Para prestigiar o lançamento da Ferrovia Norte-Sul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarca, nesta sexta-feira (16/6), na cidade de Rio Verde - sudoeste goiano. No atual mandado do petista, esta será sua primeira vinda a Goiás.
Segundo agenda presidencial, Lula deve chegar às 10h e ir direto para a cerimônia de lançamento da via férrea, que ocorre no Terminal Rodoferroviário Rumo de Rio, na BR-452.
Inicialmente, também estava previsto uma visita a Jataí, para inauguração do Anel Viário do Município. A presença do presidente, no entanto, não está confirmada e o evento deve contar com um representante oficial.
Em Rio Verde. Lula deverá conversar com lideranças empresariais, principalmente do agronegócio, oportunidade que vai ressaltar a liberação de recursos federais para o plantio da safra 2023/2024.
Em março último, Rio Verde já havia recebido o Governo Federal, com a visita do ministro das Cidades, Jader Barbalho. Na ocasião, o ministro esteve presente no município para dar início às construções de casas e apartamentos pelo Minha Casa, Minha Vida, um dos programa-chave do governo petista, ao lado do prefeito da cidade, Paulo do Vale, e do vice-governador Daniel Vilela.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o ex-presidente José Sarney (MDB) estará presente, nesta sexta-feira (16), em Rio Verde, na inauguração do último trecho da ferrovia Norte-Sul, obra iniciada em 1987, durante mandato do emedebista. Segundo o petista, empecilhos de licenciamento e licitações levaram ao longo atraso para concluir a ferrovia. “Estou pretendendo levar o presidente (sic) Sarney, que foi ele que, em 1987, começou essa ferrovia lá no Maranhão. Ela demorou 30 anos para ser feita, mas finalmente está pronta. Eu estarei muito feliz amanhã para inaugurar”, disso Lula.
Agronegócio
Em entrevista para um conjunto de rádios de Goiás, Lula afirmou que a relação com o agronegócio brasileiro não deve ser definida pela afinidade ou não entre representantes do setor e o governo federal, mas pela necessidade de recuperar a capacidade produtiva do país, através de um modelo de produção sustentável, tanto do ponto de vista econômico como ambiental.
Lula disse, então, qual é o seu entendimento sobre como deve ser a relação com o agronegócio. “Eu não quero saber se o produtor rural gosta de mim ou não. Não é isso que está em jogo. O que está em jogo é a gente recuperar a capacidade produtiva desse país e a a aumentar a capacidade produtiva sem desmatamento e sem queimada na Amazônia “, afirmou.
Cargos federais
Lula afirmou também que que vai conversar com lideranças petistas em Goiás para “saber onde o calo tá doendo” na distribuição de cargos em órgãos federais no estado. É que os bastidores apontam insatisfação de alguns aliados ao verem, com seis meses de novo governo, cadeiras sendo ocupadas por nomes indicados na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na em entrevista a um pool de rádios goianas, Lula afirmou ainda que é natural que na política existem divergências, mas não há pelo menos em Goiás, algo nesse sentido. “Não existe divergência por distribuição de cargos em Goiás com o PT e o nosso ministro, que é responsável por discutir essas relações políticas, o Alexandre Padilha”, destacou.
Lula disse que sabe da importância do PT na distribuição dos cargos, afinal de contas, foi o partido que elegeu o presidente da República. Mas será importante repartir a vitória e também a gestão. “Vamos fazer tudo que assumimos de responsabilidade com os partidos aliados. Quando assinamos um compromisso, a gente cumpre. Se não cumprir, a governança fica muito mais cara. Obviamente, o PT é o partido que elegeu o presidente da República e vai participar do governo no Brasil e vai participar em Goiás”, destacou.
O PT de Goiás fez várias indicações para cargos federais, especialmente a Conab, Agência Nacional de Mineração, Codevasf, Correios que até hoje continuam comandadas por bolsonaristas.
Lula também revelou que ainda não conversou com algum “companheiro” de Goiás sobre o assunto e que vai acompanhar de perto a questão. “Eu não conversei com nenhum companheiro de Goiás ainda e depois da sua pergunta vou conversar para saber onde o calo tá doendo. Penso que o Padilha trata todo o mundo com o máximo de respeito e decência e a gente não quer que ninguém fique lamentado pelos cantos e que tudo seja feita a luz do dia. Se o PT quer ter cargo em Goiás, o PT vai ter cargo em Goiás.
Petista defende relação republicana com estados e destaca respeito a Caiado
Em entrevista à Associação das Rádios Comerciais, compostas pelas rádios Rede Sucesso, Rádio Morada do Sol, Rádio Líder e Rádio Interativa, concedida na manhã desta quinta-feira (15/06), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que dispensará a Goiás um tratamento absolutamente republicano e que tratará o governador Ronaldo Caiado (UB) com todo o respeito que lhe cabe enquanto governador do estado, que foi eleito democraticamente pelo povo goiano. Lula tem agenda marcada para amanhã na cidade de Rio Verde-Go, onde será recebido pelo governador, em evento de inauguração do trecho da Ferrovia Norte-Sul.
“O meu tratamento ao Estado de Goiás será o mesmo tratamento que eu darei aos estados do Rio de Janeiro, de São Paulo ou do Maranhão, Bahia e Pernambuco, porque um presidente da República quando mantém uma relação com o governo do Estado, é uma relação entre federados, é uma relação institucional. Eu não tenho nenhuma preocupação se o Caiado é de um partido político adversário do meu, o que importa para mim é que o Caiado foi eleito governador do Estado de Goiás. O que importa para mim é que ele foi eleito pelo povo, então vou tratá-lo com o respeito com que tratarei qualquer outro governador”, explicou Lula.
Desde o fim do segundo turno das eleições, o governador Ronaldo Caiado, eleito em primeiro turno nas eleições do ano passado, adotou uma postura republicana e de defesa da democracia e das urnas eletrônicas. Diante dos movimentos golpistas que tomaram o país depois da proclamação do resultado das urnas em 2022, Caiado, por mais de uma vez, saiu em defesa do resultado que elegeu Lula para seu terceiro mandato como presidente do Brasil. As atitudes do governador goiano mereceram o reconhecimento público do governo Lula, e rendeu a Caiado agradecimentos públicos pela defesa enfática da democracia.
Lula lembrou que uma das primeiras ações do seu governo foi se reunir com todos os governadores de estado e do Distrito Federal para tratar da pacificação do país e ouvir as demandas mais urgentes do gestores estaduais, a fim, sobretudo, de restabelecer o pacto federativo, que nos últimos quatro anos vinha sofrendo com uma política de exclusão dos entes federados.
“A primeira coisa que eu fiz (quando assumi) foi convocar uma reunião com os 27 governadores, e já fiz três reuniões, contra nenhuma feita nos outros seis anos. E eu faço isso porque não vejo como governar o país sem ouvir os governadores”, explicou Lula, reafirmando que o Estado de Goiás receberá os recursos de acordo com os projetos que forem apresentados ao governo federal.