O Governo Federal e a equipe econômica deve anunciar nesta quinta-feira, 28, um pacote com medidas que visa cortar R$ 70 bilhões em gastos públicos pelos próximos dois anos.
Entre as propostas estão as mudanças no salário mínimo, abono salarial, imposto de renda e no funcionalismo público. As ações, que ainda dependem de aprovação do Congresso, buscam conter o déficit fiscal, reforçar o compromisso com a responsabilidade nas contas públicas e melhorar a percepção do mercado sobre a economia no País.
Em um pronunciamento feito em rede nacional realizado na noite desta quarta-feira, 27, O ministro da Fazenda Fernando Haddad destacou que as medidas são essenciais para proteger a economia diante de desafios internos e externos.
"Estamos adotando as medidas necessárias para garantir estabilidade e eficiência, assegurando que os avanços conquistados sejam protegidos e ampliados", afirmou. Ele ressaltou que o pacote equilibra ajustes fiscais com ações de apelo social, como a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até cinco mil, prevista para 2026.
Em contrapartida, a proposta de isenção do IR, no entanto, gerou apreensão no mercado, que teme impactos no equilíbrio fiscal. O dólar bateu recorde frente ao real nesta quarta. O custo da medida começará em mais de R$ 29 bilhões em 2025, subindo gradualmente até R$ 73 bilhões em 2030.
Para compensar a perda, o governo planeja taxar rendimentos acima de R$ 50 mil mensais. Ainda assim, a reação inicial foi negativa: o dólar atingiu seu maior valor nominal desde a criação do real, refletindo a desconfiança sobre a sustentabilidade do pacote.
Segundo líderes partidários, há disposição para avançar, porém o debate sobre a isenção do IR ficará para 2025. Além de conter o rombo fiscal, o governo busca evitar o risco de paralisia da máquina pública. Sem cortes, o espaço para políticas públicas essenciais, como educação e saúde, pode desaparecer, segundo o Tribunal de Contas da União.