O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, o general Augusto Heleno, permaneceu em silêncio durante depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do 8 de Janeiro nesta terça-feira, 26. ao ser questionado se estava ou não na suposta reunião de Jair Bolsonaro com comandantes das Forças Armadas depois das eleições em 2022.
Heleno comentou a delação de Mauro Cid, ex-auxiliar de Bolsonaro, que afirmou ter participado de uma reunião, contradizendo o general, que disse que assistentes de ordens não costumavam participar de tais reuniões.
“Cid não participava de reuniões. Ele era ajudante de ordens. Isso é fantasia", disse.
O general da reserva prestou depoimeto durante depoimento à CPI dos Atos Golpistas, após um questionamento formulado pela relatora da comissão, a senadora Eliziane Gama. Ele disse que teria presenciado reuniões em que o ex-presidente e chefes das Forças Armadas supostamente trataram de um golpe de Estado.
Heleno afirma que em um desses encontros, uma “minuta de golpe” teria sido feita para Bolsonaro, que inclusive teria sido apresentada em uma reunião com as Forças Armadas. No entanto, ele diz não ter conhecimento sobre o documento.
“Nunca nem ouvi falar. O presidente da República disse várias vezes, na minha presença, que ele jogaria dentro das quatro linhas, e eu não tive intenção, em nenhum momento, de fazer o presidente sair das quatro linhas”, disse.
Heleno ainda criticou a divulgação de trechos da delação de Mauro Cid. “Me estranha muito, porque a delação está ainda sigilosa. Ninguém sabe o que o Cid falou”, declarou o ex-ministro.