
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, afirmou que a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro tem garantido amplo acesso às provas do inquérito que investiga a trama golpista.
A declaração foi dada em uma decisão em que Moraes considerou prejudicado o pedido feito pela defesa de Bolsonaro para obter a íntegra do conjunto probatório da investigação, incluindo o espelhamento de celulares, computadores e pen drives apreendidos. O advogado Celso Vilardi, que representa Bolsonaro, havia solicitado a medida, argumentando que ela era essencial para garantir que a defesa fosse exercida com "paridade de armas".
Na decisão, o ministro ressaltou que os advogados do ex-presidente sempre tiveram "total acesso" aos autos, inclusive antes da retirada do sigilo da investigação. "Como se vê, o amplo acesso aos elementos de prova já documentado nos autos está plenamente garantido à defesa dos investigados, incluído o requerente Jair Messias Bolsonaro, o que permanecerá até o encerramento da investigação", afirmou Moraes.
Em novembro de 2024, Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal (PF) pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. As acusações fazem parte do chamado "inquérito do golpe", que apura a existência de uma trama para impedir o terceiro mandato de Lula.
A expectativa é de que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresente uma denúncia contra Bolsonaro e outros envolvidos ao Supremo Tribunal Federal na próxima semana. Caso a denúncia seja aceita pela Corte, o ex-presidente passará a ser réu e responderá a um processo criminal.