O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) ordenou que o ex-deputado federal Jean Wyllys remova uma publicação na qual ele fazia comentários sobre o governador do RS, Eduardo Leite (PSDB). Nas declarações controversas, Wyllys insinuou que Leite tem um "fetiche" por autoritarismo e sofre de "homofobia internalizada", após Leite afirmar que manteria escolas cívico-militares no estado.
Jean Wyllys criticou Eduardo Leite no dia 14 de julho, devido à decisão do governador de manter escolas cívico-militares no RS, mesmo após o governo federal encerrar o Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares. Na publicação, Wyllys fez indiretas para Leite, que é assumidamente homossexual.
“Que governadores héteros de direita e extrema-direita fizessem isso já era esperado. Mas de um gay…? Se bem que gays com homofobia internalizada em geral desenvolvem libido e fetiches em relação ao autoritarismo e aos uniformes; se for branco e rico, então”, escreveu o ex-deputado.
A 2ª Vara Criminal de Porto Alegre ordenou a exclusão da publicação de Jean Wyllys e determinou a quebra do sigilo de seus dados pelo Twitter. O prazo para o Twitter atender à solicitação é de cinco dias. As informações requisitadas incluem os cadastros do ex-deputado na plataforma e a localização do dispositivo usado para fazer a publicação.
Como resposta, Eduardo Leite lamentou o comentário do ex-parlamentar. "Manifestação deprimente e cheia de preconceitos em incontáveis direções… e que em nada contribui para construir uma sociedade com mais respeito e tolerância, jeanwyllys_real, eu lamento a sua ignorância", escreveu.
Jean Wyllys é acusado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul de publicar "ofensas homofóbicas" contra o governador, resultando em acusações de injúria contra funcionário público e incitação à prática discriminatória, resultante de uma "atitude criminosa."