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Brumadinho: Rompimento de barragem foi causada por perfurações feitas pela Vale

A Polícia Federal (PF) concluiu que a realização de perfurações verticais teriam provocado o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em 2019. A tragédia deixou 270 pessoas mortas e outras dezenas desabrigadas. As informações são do G1.

Segundo o laudo, divulgado nesta sexta-feira (26), em outubro de 2018, uma empresa foi contratada para analisar a situação da barragem, construída em 1976 e adquirida Vale em 2001. A empresa contratada teria que identificar as condições de resistência de diferentes seções da barragem.

A análise constatou que a parte mais baixa da estrutura era composta por um material mais fino, de baixa capacidade de suporte, sendo assim, mais frágil. Um diagnóstico foi entregue pela empresa contratada à Vale, no entanto, os resultados não passaram por avaliação da mineradora, que deu início a perfurações verticais na barragem.

De acordo com as investigações, com o procedimento, a Vale pretendia identificar os materiais de cada ponto da estrutura, assim como a empresa contratada, além de instalar novos instrumentos de monitoramento. Mas cinco dias após o início das perfuração, a barragem se rompeu.

Conforme o documento, o trabalho atingiu uma área crítica, tendo perfurado a 68 metros de profundidade no ponto mais frágil, o que desencadeou uma liquefação, ou seja, a pressão de água aumentou naquele ponto e em seguida esse rompimento se propagou por toda a barragem. Até que em 25 de janeiro, a estrutura cedeu por completo.

Investigados

No processo, sete funcionários da Vale e seis da consultora TÜV SÜD foram indiciados, em setembro de 2019. Eles foram acusados de falsidade ideológica e uso de documentos falsos. As duas empresas também foram indiciadas.

De acordo com as investigações, os indiciados realizaram as contratações dos serviços usando informações falsas contidas nos documentos de Declaração de Condição de Estabilidade (DCE). Dessa forma, a barragem seguiu funcionando mesmo com critérios de segurança abaixo dos recomendados.

A PF informou que com a conclusão do laudo apresentado nesta sexta-feira, novas diligências serão realizadas. As investigações continuam, e ainda não há definição sobre possíveis indiciamentos.

A Vale informou que teve conhecimento da conclusão pericial nesta sexta-feira (26) e que "avaliará o inteiro teor do laudo e oportunamente se manifestará nos autos por intermédio de seu advogado".

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