No último Domingo (2), o Fantástico mostrou inúmeras cartas escritas pela mãe do menino Henry Borel, de dentro da cadeia. A professora Monique Medeiros, escreveu para a família que o namorado, vereador Dr. Jairinho (sem partido), "é um homem ruim, doente e psicopata".
"Meu filho dizia que ele era um homem mau. E eu não acreditei", escreve ela em um trecho da carta.
O conjunto de mensagens trás uma versão diferente da contada em seu depoimento prestado aos policiais. Ela conta o que teria acontecido nos dias que se seguiram à morte de Henry e acusa o seu primeiro advogado de ter montado uma farsa.
De acordo com ela, o primeiro advogado informo que só aceitaria o caso de eles se unissem e combinassem uma versão inventada. O mesmo teria cobrado cerca de R$ 2 milhões pela defesa do casal. Ela também disse que não fazia ideia que estava levando o filho morto para o hospital.
Monique ainda informou que tinha seus passos controlados e era sempre monitorada por orientações do advogado. Agora, ela relata vários episódios em que foi agredida por Jairinho.
Violência e Vício
Na carta enviada aos pais e o irmão, Monique diz que acreditava cegamente em Jairinho.
"Depois que comecei a transcrever para o papel tudo o que ele fez comigo, em tão pouco tempo, que pude perceber o quanto fui usada, o quanto fui violentada, o quanto me humilhei e me rebaixei para fazer dar certo sobre um relacionamento de um psicopata", narrou.
De acordo com Monique, Jairinho é um homem ruim, doente e psicopata, que convence a todos do contrário. Segundo ela, agora que está sozinha, consegue enxergar o quanto o relacionamento era doentio. Ela afirma não saber se um fia vai conseguir superar tudo isso.
Na carta, Monique pede ajuda ao pai. "Confie em mim! Eu poupava vocês do que eu vivia, porque eu também não enxergava", escreveu.
“Eu estou sendo apedrejada na cadeia! Todos os dias elas gritam dizendo que vou morrer e que irão me matar, pois acreditam que eu deixava o Jairinho bater no Henry”, diz outro trecho.
Em outros momentos da carta, Monique detalha a vida íntima com Jairinho. Ela afirma que o namorado era viciado em sexo.
“Jairinho me disse até que, antes de me conhecer, ele não beijava de língua nem fazia sexo oral. Nem gostava muito de transar, que achava que era assexuado, só tinha prazer em trabalhar e ganhar dinheiro”, lembrou.
Ela escreveu, que segundo Jairinho, o comportamento havia mudado após os dois começarem a namorar. Que o mesmo teria começado a gostar muito e que queria transar ilimitadamente.
Monique diz que as relações sexuais pareciam um "ritual". De acordo com ela, ele sempre ia por cima e, na maioria das vezes, me enforcando - mas sem me machucar, era só fetiche da cabeça dele.
“Ele me obrigava a dizer que ele tinha sido meu primeiro homem, minha primeira transa, o único homem que já amei, que eu nunca tinha ‘gozado’ antes. Todas as vezes que namorávamos, eu tinha que dizer as mesmas coisas, isso dava prazer a ele. Mesmo eu tendo um filho, eu tinha que dizer que ele tinha sido meu único homem", detalhou.
Fantástico
O programa de Domingo (2), mostrou que Monique acusa o advogado, de organizar uma versão inventada para a morte de Henry.
“O Dr. André se apresentou, disse que era casado, que tinha 4 filhos, que estudou para ser padre, que era religioso e que não pegava casos de homicídios se não acreditasse na inocência dos seus clientes e nos separou. Fez uma entrevista particular comigo (...). E depois, fez a mesma coisa com Jairinho separado”, diz um trecho.
“No dia seguinte, o Dr. André foi até a casa do pai do Jairinho para conversarmos, mas que só aceitaria o caso se nos uníssemos e combinássemos uma versão inventada (...). Na mesma hora eu questionei por que eu não poderia dizer o que realmente tinha acontecido, já que tinha sido um 'acidente doméstico' (...). Eu ainda não estava satisfeita e disse que falaria a verdade, que eu não via problema algum (...). Foi quando a família dele disse que aquela seria a única versão! Que o Dr. André era um excelente criminalista, que ele teria cobrado 2 milhões de reais pelo casal (mas que só depois percebi que a defesa era apenas do Jairinho)”, conta outro trecho da carta.
“Todos os meus passos eram controlados, todas as ligações que eu fazia havia alguém por perto, sempre monitorada e eu acalmava meus pais, dizendo que eram orientações do advogado. Era um controle absoluto!”, destaca outro trecho da carta.
“Ela estava sim isolada de muitas coisas e ela só pôde ter a noção da realidade muito tempo depois. Por isso a prisão dela representou de fato uma libertação dessa situação”, relatam os advogados.
Em nota, a defesa do advogado André disse que ele jamais alterou a narrativa apresentada pelo casal, desde o início de forma única.
Leniel, pai de Henry, disse não acreditar que Monique estivesse sendo manipulada.
"Depois eu vi ali a Monique falando que o Jairo tava manipulando, na verdade é o inverso. A Monique, se você for falar com qualquer amigo da Monique, a Monique é conhecida como manipuladora. Não sendo manipulada", destaca Leniel.