Nesta quarta-feira (16) a policia de Goiás, realizou a operação Patrocínio Infiel. Uma ação que mobilizou 155 policiais civis para o cumprimento de 72 mandados judiciais no estado de Goiás. Sendo 39 de busca e apreensão e 33 mandados de prisão. Além desses, mais oito mandados de buscas foram cumpridos em endereços vinculados a advogados suspeitos de integrar uma organização criminosa. Até o momento, duas advogadas foram presas durante a operação.
Além das buscas e prisões, também foram bloqueados mais de R$ 49.300.000,00 (quarenta e nove milhões e trezentos mil reais) em contas bancárias movimentadas pelos investigados, mais, sete imóveis e dois veículos, sendo um deles blindado.
Essa ação foi realizada pela Delegacia Estadual de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), que investiga o caso desde 2019. A investigação identificou a atuação de advogados junto a membros de uma facção criminosa goiana responsável por grande parte do comércio de cocaína do estado, trazendo a droga da Bolívia.
Segundo o delegado do caso, Klayter Camilo Resende, os advogados investigados atuam nos presídios do Estado como verdadeiros comparsas de seus clientes, se aproveitando do acesso que têm aos detentos para levar e trazer mensagens tratando sobre tráfico de drogas, venda de armas, "batismo" e cadastro de novos membros na facção. As informações repassadas pelos advogados tratam, inclusive, sobre ataques a membros de facções rivais.
Na operação também foi identificada uma rede de lavagem de dinheiro usada para movimentar o dinheiro do tráfico de drogas e de outros crimes. Essa rede é composta por contas de pessoas físicas, de empresas regulares e de empresas de fachada. O esquema movimentou mais de R$ 150.000.000,00 (cento e cinquenta milhões de reais) de 2017 a 2020, em sua maioria de origem ilícita.
O nome da operação é uma referência ao crime de patrocínio infiel, previsto no Código Penal, relacionado à conduta do advogado que, no exercício de seu ofício, trai o seu dever profissional.