Um tema que divide claramente petistas e bolsonaristas nos microfones, é a anistia aos golpistas de 8 de janeiro de 2023 entrou na mesa de negociação da eleição para a liderança do Congresso, a ser realizada em fevereiro, com o aval tanto de Jair Bolsonaro (PL) e de uma ala do partido de Lula (PT).
Na última terça-feira, 29, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), retirou o projeto de tramitação na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa, onde poderia ser aprovado nesta semana, e criou uma comissão especial para analisá-lo.
A medida, que adia a tramitação do projeto, tem como objetivo angariar apoio dos dois maiores partidos da Câmara, os antagônicos PL e PT, para Hugo Motta (Republicanos-PB), nome que Lira escolheu para sucedê-lo e cujo anúncio oficial também aconteceu na terça-feira.
Em visita surpresa ao Senado, Bolsonaro deixou claro que a atitude de Lira já foi discutida anteriormente com ele e aliados e que há forte possibilidade de que, nesta comissão, seja acrescentada uma emenda para que o ex-presidente se livre do sua inelegibilidade e poderá disputar a Presidência da República em 2026.
A medida de Lira foi elogiada pelos presidentes do PL, Valdemar Costa Neto, e do PP, Ciro Nogueira, ex-articulador e ainda um dos principais aliados de Bolsonaro.
O PL se reúne nesta quarta-feira, 30, suas bancadas na Câmara e no Senado e, segundo Bolsonaro, a tendência é declarar apoio a Motta e a Alcolumbre.
Integrantes da direção do PT afirmam que a medida de Lira permite a abertura de conversa com Hugo Motta ao afastar o risco de votação do projeto agora na CCJ. A exclusão do projeto seria uma condição do PT em uma negociação que incluísse a reforma tributária.