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Lula articula reforma ministerial com possível nomeação de Gleisi Hoffmann

Presidente do PT pode assumir a Secretaria-Geral da Presidência enquanto negociações políticas avançam

Lula articula reforma ministerial com possível nomeação de Gleisi Hoffmann Lula conversou duas vezes com Gleisi, mencionando que seu nome tem sido sugerido para um ministério.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já deu início às articulações para uma reforma ministerial, com a possível entrada de Gleisi Hoffmann no primeiro escalão do governo. A presidente do PT foi sondada pelo presidente sobre a possibilidade de assumir um ministério, possivelmente a Secretaria-Geral da Presidência, que tem papel estratégico na relação com movimentos sociais.

Na última semana, Lula conversou duas vezes com Gleisi, mencionando que seu nome tem sido sugerido para um ministério. Nos bastidores, aliados do presidente acreditam que sua nomeação já está em andamento, apesar de Gleisi negar que tenha recebido um convite formal.

Mudanças na equipe ministerial e impacto político

A reforma ministerial iniciará dentro do próprio PT. A expectativa é que o partido perca pelo menos duas pastas, com a possível demissão de Paulo Pimenta da Secretaria de Comunicação (Secom) e a substituição da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, por Luciana Santos (PC do B). Essa mudança abriria espaço para a entrada de um partido de centro, como o PSD, ampliando a base governista.

Outra mudança que fortalece o núcleo político próximo a Lula envolve a substituição de Alexandre Padilha no Ministério das Relações Institucionais. No entanto, sua saída depende da exoneração de Nísia Trindade, ministra da Saúde, o que reduziria o número de mulheres no governo. O presidente ainda avalia o impacto dessa decisão, considerando que a entrada de Gleisi ajudaria a equilibrar essa possível mudança.

Pressão do Congresso e disputas partidárias

A cúpula da Câmara dos Deputados busca maior espaço no governo e pressiona por indicações estratégicas. O líder do MDB na Câmara, Isnaldo Bulhões (AL), é um dos nomes cogitados para assumir o lugar de Padilha, repetindo um modelo já adotado no governo Lula nos anos 2000. No entanto, o presidente ainda não decidiu se retirará essa articulação política das mãos do PT.

Além disso, há um movimento para acomodar Arthur Lira (PP-AL) no primeiro escalão do governo. O plano discutido pelo provável novo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), prevê que Lira ocupe o Ministério da Agricultura, atualmente comandado pelo senador licenciado Carlos Fávaro (PSD). Contudo, o PSD de Gilberto Kassab resiste à ideia e busca outra configuração ministerial.

No Ministério do Desenvolvimento Social, a proposta levada ao Palácio do Planalto era a nomeação do líder do PSD na Câmara, Antônio Brito (BA), substituindo Wellington Dias (PT-PI). Brito, porém, recusou o convite, alegando que tem o sonho de comandar a área social, mas que não aceitaria o cargo neste momento.

Estratégia de Lula para 2026

Dentro do governo, cresce a percepção de que essa reforma é essencial para fortalecer a base aliada com vistas à sucessão presidencial de 2026. O movimento ocorre em um momento de queda na aprovação do governo, com Lula buscando ampliar seu apoio no Congresso e garantir maior estabilidade política para os próximos desafios.

As negociações seguem intensas nos bastidores, e as definições sobre a reforma ministerial devem ocorrer após a eleição para o comando da Câmara e do Senado, prevista para os próximos dias.

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