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Lula não menciona pesquisa, mas diz querer ser melhor que em 2010

Presidente intensifica viagens e agenda de anúncios de investimentos

Imagem ilustrativa da imagem Lula não menciona pesquisa, mas diz querer ser melhor que em 2010

Durante cerimônia de anúncio de investimentos da Vale em Parauapebas (PA), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exaltou as realizações de seu governo, sem mencionar a pesquisa Datafolha sobre a queda na popularidade. Em seu discurso, o presidente destacou o aumento do emprego e a oferta de crédito como indicadores de que "alguma coisa está acontecendo nesse país" e afirmou que tem como objetivo superar o desempenho de seu governo em 2010, quando a economia estava em forte crescimento.

Recentemente, a avaliação do presidente caiu drasticamente em apenas dois meses, passando de 35% de aprovação para 24%, um índice inédito em suas três passagens pelo Palácio do Planalto. A reprovação também alcançou um recorde, subindo de 34% para 41%.

"Jamais voltaria a disputar a Presidência do Brasil se não tivesse certeza de que seria melhor do que fui em 2010", afirmou Lula. "Eu quero construir um país de trabalhadores bem remunerados, de empreendedores bem-sucedidos."

O resultado da pesquisa Datafolha representa a pior avaliação do presidente desde o início de sua trajetória política. Em seu primeiro mandato (2003-06), durante a crise do mensalão, a avaliação de ótimo e bom atingiu 28% em outubro e dezembro de 2005. Por outro lado, o maior índice de avaliação negativa foi registrado em dezembro do ano passado, quando 34% dos brasileiros classificaram seu governo como ruim ou péssimo.

O início de seu terceiro mandato, em 2023, foi marcado por uma certa estabilidade na avaliação popular, com sua aprovação média registrada em 36%, e a reprovação, de 31%, em levantamentos realizados pelo Datafolha.

Lula também anunciou o lançamento de um novo programa de crédito consignado, que permitirá aos cidadãos trocar empréstimos com juros mais altos por alternativas com taxas mais baixas. "Dinheiro bom é aquele que vai para o povo, aquele que vai para o trabalhador, aquele que vai para o pequeno produtor rural", afirmou. "É pouco dinheiro, mas vai comprar comida, vai comprar sapato, vai levar coisa para a casa dele. É esse dinheiro que gera emprego."

A queda na popularidade de Lula reflete o impacto das diversas crises enfrentadas por seu governo, com destaque para a polêmica envolvendo a fiscalização de transações superiores a R$ 5.000 feitas via Pix, iniciada em janeiro. Outro ponto de tensão tem sido a inflação dos alimentos, que continua sendo uma preocupação constante. Recentemente, o presidente foi criticado por uma declaração em que sugeriu que as pessoas parassem de comprar alimentos caros, o que foi interpretado como uma atitude evasiva e prontamente aproveitada pela oposição.

Em resposta à queda na popularidade, o presidente intensificou suas viagens. Esta semana, ele esteve em Macapá e Belém. Na sexta-feira (14), finalizou sua agenda com a cerimônia de lançamento dos investimentos de R$ 70 bilhões da Vale em Parauapebas, acompanhado de oito ministros e do governador do Pará, Helder Barbalho.

Na próxima segunda-feira (17), Lula visitará Angra dos Reis (RJ), onde a Petrobras celebrará a retomada das contratações na indústria naval brasileira, uma das promessas de sua campanha.

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