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O senador Sergio Moro (União-PR) está considerando renunciar ao seu mandato e deixar o país para evitar uma possível cassação, se mudar para os Estados Unidos e alegar perseguição política. As informações são do colunista Daniel Cesar, do Portal IG.
Segundo a coluna, um aliado do senador revelou que o objetivo de Moro é renunciar ao cargo e alegar perseguição política. Moro tem buscado emprego junto a amigos e aliados nos Estados Unidos, visando assegurar sua permanência no país norte-americano.
“A notícia procede, mas estamos tratando internamente e com sigilo. Ele sabe que vai ser cassado, então precisa controlar a narrativa. Ficar gritando que foi injustiçado resolve? Talvez, mas só para um grupo. O movimento de renúncia e denunciar que é perseguido político para o mundo dá certo”, apontou o aliado de Sergio Moro para a coluna no IG.
O aliado de Moro ainda disse que o senador sabe que será cassado e precisa encontrar uma narrativa, por isso, renunciar e denunciar perseguição política é uma opção, e que a tendência é que Moro se torne um 'Jean Wyllys de direita'. O exemplo mencionado é o caso do ex-deputado federal Jean Wyllys (PSOL), que deixou o Brasil e pediu exílio na Espanha em 2019, após sofrer ameaças de morte. “O melhor exemplo é o Jean [Wyllys] que vendeu para o mundo todo que o Brasil vivia com a democracia contaminada”, diz.
Segundo relatos, inicialmente o senador rejeitou a ideia, pois afirmou não ser alguém que foge de um desafio. No entanto, diante da cassação iminente de seu mandato, ele mudou de opinião. Outro fator que contribuiu para a mudança de posição do senador foi a perspectiva de garantir um bom emprego no exterior para o ex-juiz.
"Existe a problematização da esposa [Rosângela Moro]. Ela está muito feliz como deputada e não quer ir embora do Brasil. Mas isso é facilmente contornável", apontou o aliado do senador.
Ao ser questionado sobre o momento da renúncia, a fonte indicou que ocorrerá quando o senador se sentir encurralado e perceber que é a única alternativa viável.
Moro investigado por supostas irregularidades
O mandato de Moro já foi contestado no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), onde o ex-juiz teve que prestar esclarecimentos sobre os gastos de sua campanha, que foram considerados irregulares pelo órgão. Moro também cumpriu mandados de busca e apreensão em sua casa, após uma denúncia feita por um advogado da Federação Brasil de Esperança, que reúne Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Partido Verde (PV).
Além disso, o Partido Liberal (PL), sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, entrou com uma ação judicial buscando a cassação do mandato do senador. A ação alega supostas irregularidades nos gastos e doações antecipadas durante a campanha de Moro e usou como base a manifestação do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná.
