A um ano e três meses das eleições, os partidos políticos já se movimentam em busca de nomes para a disputa contra o prefeito Rogério Cruz (Republicanos). Já surgem opções tanto na esquerda quanto no centro ou direita. Com tanta antecedência, ainda não se discute aliança eleitoral, apenas apresentar alternativas para a concorrência ao Paço Municipal.
O prefeito Rogério Cruz dá sinais de que vai buscar a reeleição e, para isso, prepara a inauguração de obras em várias áreas – saúde, educação, mobilidade urbana, infraestrutura (pontes, asfalto e viadutos) na tentativa de ampliar os índices de aprovação da gestão junto à população e de intenção de votos.
Os partidos de oposição encontram dificuldades em definir pré-candidaturas, já que não há, ainda, o ambiente eleitoral claro, o que, efetivamente, acontece em abril do ano das eleições, com o encerramento do prazo para filiações, e em julho, com o início das convenções partidárias.
Por ser o maior colégio eleitoral do Estado, Goiânia desperta a atenção dos partidos, da mídia e da sociedade em geral, já que a propaganda política no rádio e televisão serve, também, para projetar candidatos sem chances para eventuais futuros pleitos de deputado federal e estadual.
Vanderlan Cardoso (PSD)
Após concorrer duas vezes à prefeitura de Goiânia, o empresário e senador Vanderlan Cardoso mostra-se disposto a enfrentar novamente as urnas. No mês passado, ele assumiu a presidência estadual do PSD, o que lhe permite iniciar conversações para formação de alianças eleitorais.
Em 2022, Vanderlan esteve no palanque de Jair Bolsonaro (PL), mas, agora, dá sinais de aproximação com o governo Lula, votando a favor, no Senado, de matérias de interesse do Palácio do Planalto.
O senador do PSD, ao não apoiar a reeleição de Ronaldo Caiado em 2022, perdeu um forte cabo eleitoral em Goiânia, já que o governador desfruta de bons índices de aprovação em Goiânia. Caiado havia apoiado a candidatura de Vanderlan em 2020.
Gustavo Gayer (PL)
Deputado federal mais votado em Goiás em 2022, o youtuber Gustavo Gayer é a aposta do PL bolsonarista para as eleições na capital. Em 2020, ele ficou em quarto lugar, pelo DC, à frente de nomes conhecidos como os der Talles Barreto, Major Araújo e Elias Vaz.
O ex-deputado federal Major Vitor Hugo, que concorreu, pelo PL, ao governo de Goiás, ano passado, também é cotado para o embate eleitoral em Goiânia.
A definição do PL será tomada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e pelo presidente nacional Valdemar Costa Neto, em janeiro do ano que vem.
Ana Paula (MDB)
O vice-governador e presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, afirma que o seu partido espera uma definição da empresária, advogada Ana Paula Rezende, filha do ex-prefeito Iris Rezende. Ela, no entanto, não confirma nem nega a sua pretensão de concorrer à prefeitura.
O ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (Patriota, migrando para o MDB) é o “Plano B” do partido de Daniel Vilela para Goiânia. Só que ele tem um problema: é inelegível, de acordo com a legislação eleitoral por ter sido reeleito chefe de executivo.
Edward Madureira (PT)
Com a possibilidade de Adriana Accorsi não enfrentar, pela terceira vez, a disputa em Goiânia, o ex-reitor da UFG e suplente de deputado federal Edward Madureira surge como o nome mais viável para representar o PT no processo eleitoral de 2024. Ele já se movimenta como pré-candidato, em reuniões com a militância de seu partido,
O deputado estadual Mauro Rubem também coloca seu nome à disposição do PT Metropolitano. A definição da candidatura deverá ocorrer, em março, em pré-convenção. Ele já foi vereador na Capital e está no segundo mandato na Alego.
Bruno Peixoto (UB)
O presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto, tem dito a aliados que seu nome está à disposição do União Brasil, caso tenha apoio do governador Ronaldo Caiado (UB). Ele tem uma longa militância em Goiânia, desde quando foi filiado ao MDB de Iris Rezende e de Maguito Vilela. Começou a carreira como vereador da capital.
Outros nomes do União Brasil, como Silvye Alves e Zacharias Calil ficaram no meio do caminho, já que não pretendem mais enfrentar a disputa pelo Paço Municipal.
Cíntia Dias
A assistente social Cíntia Dias vai concorrer à prefeitura pelo PSOL. Ela esteve presente como candidata ao governo de Goiás em 2022. O seu partido, nas últimas eleições, tem rejeitado aliança com o PT, embora estejam juntos no âmbito da política nacional. Ela não exerce mandato eletivo.
Aava Santiago (PSDB)
Vereadora em primeiro mandato em Goiânia, Aava Santiago quer representar o PSDB na disputa à prefeitura de Goiânia. Ela tem afinidade com os evangélicos e setores mais à esquerda da sociedade, principalmente mulheres e minorias, como negros e LGBT.
Pesquisa eleitoral a um ano e meio da eleição não retrata cenário
É senso comum que uma pesquisa eleitoral é o retrato do momento e não tem o condão de prever o futuro. Nesse sentido, pode-se afirmar que uma pesquisa eleitoral realizada a um ano e meio do pleito mostra-se um retrato pouco confiável para embasar qualquer prognóstico sobre as eleições municipais do ano que vem, que vão ocorrer no dia 6 de outubro de 2024.
Pesquisas tem mais o objetivo de criar fatos para movimentar os bastidores da imprensa política, do que, efetivamente, medir as chances de possíveis candidatos a prefeito.
Pesquisas de opinião são uma ferramenta para entender e analisar contextos social e político. São pensadas para permitir explicações. Não para fazer previsões eleitorais.
Não existe metodologia única que seja a “correta” para realização de levantamentos de opinião pública.
As pesquisas podem ser realizadas por meio de entrevistas face a face ou telefônicas, com amostras domiciliares ou em pontos de fluxo, ou pela internet. Ou mesmo combinando metodologias para conseguir chegar a uma amostra representativa do público-alvo.
As pesquisas no Brasil têm um histórico de acertos e resultados precisos, independentemente da empresa ou metodologia escolhida. Embora para o público geral os “erros” ganhem destaque, a verdade é que parte destes “equívocos” está na interpretação das informações e não nos dados em si.
A tentativa de criar um “selo de confiabilidade” para pesquisas, sem qualquer transparência ou mesmo divulgação de critérios que constituem essa “confiabilidade”, não agrega em absolutamente nada ao debate público sobre os levantamentos de opinião pública.