O presidente peruano, Pedro Castillo, dissolveu o Congresso e instalou um governo de emergência nesta quarta-feira, enquanto os legisladores deveriam votar um novo pedido de impeachment. Em mensagem televisionada à nação, o presidente disse que serão convocadas eleições para um novo Congresso com poderes constituintes o mais breve possível, que deve elaborar uma nova carta magna no prazo de nove meses.
A partir dessa data, o país será regido por decreto-lei e haverá toque de recolher das 22h00 locais até às 4h00.
O Judiciário, o Ministério Público, o Tribunal Constitucional e o Conselho Nacional de Justiça também serão reorganizados. O anúncio foi feito quando Castillo enfrentava uma terceira tentativa de impeachment em um ano e meio de mandato promovida por um Parlamento desacreditado que iria debater sua possível destituição por "incapacidade moral permanente".
A Procuradoria investiga o presidente em seis casos preliminares, a maioria por suposta corrupção, e sua hipótese é que Castillo usou seu poder para lucrar em troca da concessão de obras públicas. O presidente negou as acusações. O primeiro presidente de origem rural em 200 anos de república, que chegou ao poder em 2021 sem nenhuma experiência política, já trocou cinco vezes de gabinete com mais de 60 trocas de secretários, o que tem causado a paralisação de diversas políticas governamentais.