A Polícia Federal deflagrou operação que cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços atrelados a apoiadora do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, Deputada Federal Carla Zambelli (PL/SP). Na ação, o hacker Watler Delgatti, famoso pelo envolvimento no vazamento das mensagens dos aparelhos celulares de procuradores que atuaram na Operação Lava Jato, foi detido.
Os mandados de prisão e busca e apreensão, foram assinados pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, com vistas a investigação sobre as invasões no sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A referida invasão, ocorrida no intervalo dos dias 4 e 6 de janeiro de 2023, inseriu cerca de 11 mandados de soltura falsos, além de 1 mandado de prisão emitido em nome do próprio Ministro Alexandre de Moraes.
De acordo com depoimento prestado pelo hacker Walter Delgatti, a invasão dos sistemas do Poder Judiciário foi realizada a pedido da própria parlamentar Carla Zambelli, ele afirma, inclusive, que o documento inserido citando o nome do Ministro Alexandre de Moraes, foi redigido pela Deputada.
Foram vistoriados pelos agentes da Polícia Federal, além do gabinete de Carla Zambelli na Câmara dos Deputados, endereços residenciais e comerciais ligados a parlamentar. No mandado cumprido, o ministro determinou que fossem apreendidos passaportes, armas e bens móveis cujo valor supere R$ 10 mil reais e não exista comprovação legal da origem, além de solicitar que haja procura de cômodos ocultos nos locais visitados.
A operação, batizada de 3FA, faz alusão ao sistema de “autenticação de dois fatores”, conhecido por 2FA. O método é utilizado para garantir maior segurança no tocante a identidade e dados em acessos eletrônicos.