A Polícia Federal encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a investigação que apura possíveis fraudes na compra de kits de robótica, após descobrir 11 menções de pagamentos a uma pessoa chamada 'Arthur' nas anotações dos suspeitos.
Segundo a suspeita levantada, o 'Arthur' mencionado nas planilhas pode se referir ao deputado Arthur Lira (PP-AL), atual presidente da Câmara dos Deputados. No entanto, devido ao envolvimento de um parlamentar, as investigações necessitam da autorização do STF para prosseguir. A informação sobre o encaminhamento do caso ao Supremo foi divulgada pelo jornal O Globo.
A revelação das referências ao nome 'Arthur' veio à tona no último domingo, 25, por meio de uma reportagem da revista piauí. As anotações dos investigados indicam pagamentos que totalizam 265 mil reais e estão registrados nos cadernos de Luciano Cavalcante, ex-assessor do presidente da Câmara, e de Wanderson Ribeiro Josino de Jesus, motorista do aliado do deputado.
O caderno-caixa foi apreendido na residência de Jesus, de acordo com a reportagem. Segundo as informações divulgadas, as anotações com o nome 'Arthur' são referentes ao atual ano, com a maior parte dos repasses ocorrendo em 28 de abril. Também existem registros que, segundo a PF, podem se referir à mãe do presidente da Câmara. Todos os pagamentos, conforme os investigadores, teriam sido realizados por Wanderson a pedido de Luciano Cavalcante.
Além disso, de acordo com o relatório divulgado pela reportagem no domingo, os agentes também apreenderam, no endereço de Cavalcante, "duas agendas contendo manuscritos que podem ser relevantes para a investigação" e "documentos diversos relacionados à pessoa de Arthur César Pereira (encontrados na gaveta)".
Entre esses documentos estão correspondências da Santa Casa destinadas a Arthur Cesar Pereira de Lira e um documento intitulado "Passagens Família Arthur". Em nota, o deputado Arthur Lira afirmou que sua movimentação financeira tem origem em seus ganhos como agropecuarista e em sua remuneração como deputado federal. Os demais envolvidos ainda não se manifestaram sobre o caso.