As eleições de 2022 deixaram "desempregados" políticos tradicionais que acumulavam mais de 15 anos em mandatos públicos. São nomes que não conseguiram renovar seus mandatos ou que tentaram voos mais altos no cenário político e não obtiveram sucesso.
A lista dos "desempregados'' começa pela senadora Simone Tebet (MDB), que concorreu à Presidência e ficou em terceiro lugar no primeiro turno. Como seu mandato no Senado se encerra em fevereiro, ele vai ficar sem mandato pelo menos até as eleições de 2024, se decidir concorrer ao cargo de prefeita. De 2003 até os dias atuais, com exceção de um breve período em 2010, Simone Tebet sempre esteve no exercício de um mandato. Foi deputada estadual entre 2003 e 2005, prefeita entre 2005 e 2010, vice-governadora entre 2011 e 2014 e é senadora de 2015 aos dias atuais.
Fernando Collor (PTB-AL): o ex-presidente tentou, sem sucesso, se eleger governador de Alagoas, cargo que havia ocupado entre 1987 e 1989. Para tentar voltar ao governo estadual, desistiu de tentar se reeleger senador – cargo que ocupa atualmente. Ele chegou ao Congresso em 2007 e foi reeleito para o Senado em 2014. Seu último período sem mandato eletivo foi entre 1992 e 2006. Em 1992, ele sofreu impeachment na Presidência e ficou inelegível.
Álvaro Dias (Podemos-PR): o senador pelo Paraná tentava a reeleição, mas perdeu para o ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro (União Brasil). Alvaro Dias está no Senado de forma ininterrupta desde 1999. Antes disso, havia sido senador entre 1983 e 1987, e governador do Paraná de 1987 a 1991.
Kátia Abreu (PP-TO): a futura
ex-senadora exerce mandatos no Congresso Nacional desde 2003, quando tomou
posse como deputada federal. Em 2006 foi eleita senadora, e obteve a reeleição
em 2014. Ao longo do período, foi líder da bancada ruralista e ministra da
Agricultura do governo de Dilma Rousseff. Tentou nova reeleição ao Senado em
2022, sem sucesso.
João Doria Júnior (PSDB-SP: renunciou ao mandato de governador de São Paulo, mas foi atropelado pelo seu partido como candidato ao Palácio do Planalto, Vai se dedicar às empresas de consultoria de marketing comercial e político.
Rodrigo Garcia (PSDB-SP): ao perder a disputa pela reeleição ao governo de São Paulo, Garcia interrompeu uma série de vitórias eleitorais que vinha desde 1998, quando se elegeu deputado estadual. Foi reeleito para a função em 2002 e 2006. Em 2010, obteve uma vaga de deputado federal e renovou o mandato em 2014. Já em 2018 integrou, como vice-governador a chapa de João Doria (PSDB), que venceu a disputa pelo governo. Assumiu a gestão estadual com a renúncia de Doria, que pretendia se candidatar a presidente.
Alessandro Molon (PSB-RJ): candidato derrotado ao Senado no Rio de Janeiro, o deputado federal exerce mandato no Congresso desde 2011. Antes, entre 2003 e 2011, havia sido deputado estadual no Rio. A derrota na eleição atual foi a terceira que sofreu em uma disputa majoritária. Antes, falhou como candidato à prefeitura do Rio de Janeiro em 2008 e 2016.
Rose de Freitas (MDB-ES): a parlamentar do Espírito Santo foi deputada federal constituinte, na segunda metade dos anos 1980. Sua sequência atual de mandatos se iniciou em 2002, quando se elegeu, novamente, para a Câmara. Foi reeleita em 2006 e 2010. Em 2014, venceu a disputa por uma vaga no Senado. Mas falhou agora em 2022, quando tentou a recondução ao cargo.
Marconi Perillo (PSDB-GO): ex-governador
de Goiás por quatro mandatos, viveu o drama de perder, por duas vezes, a
disputa pelo Senado, cargo que já ocupou. Permanece como consultor econômico da
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em São Paulo.
João Campos (Republicanos-GO): Campos foi eleito deputado federal pela primeira vez em 2002 e renovou seu mandato nas quatro eleições seguintes (2006, 2010, 2014 e 2018). Evangélico, se aproximou do presidente Jair Bolsonaro e chegou a ser cotado para concorrer à Presidência da Câmara. Tentou ser eleito senador por Goiás em 2022, sem sucesso. É delegado da Polícia Civil.
Major Vitor Hugo (PL): ex-líder do governo Bolsonaro na Câmara Federal, ficou em terceiro lugar na disputa pelo governo de Goiás. Reassume o cargo de servidor de carreira pela Câmara dos Deputados e volta à atividade como advogado. É advogado e servidor de carreira da Câmara Federal.
Delegado Waldir (UB) não conseguiu se eleger senador da República por Goiás e vai amargar quatro anos na planície da política. É delegado da Policia Civil.
Gustavo Mendanha (Patriota) renunciou à prefeitura de Aparecida de Goiânia e ficou em segundo lugar na disputa pelo governo de Goiás. Vai ter que esperar 2026 para voltar ao cenário político-eleitoral do Estado. É comerciante.
Famosos que se deram bem e os que se deram mal em 2022
Ex-atletas, artistas, jornalistas, cantores e influenciadores se candidataram para cadeiras no Executivo e no Legislativo nas eleições de 2022. Leila do Vôlei, por exemplo, concorreu ao governo do Distrito Federal, mas acabou ficando em quinto lugar.
Já o ex-jogador de futebol Romário (PL) saiu vitorioso e foi reeleito como senador, pois foi reeleito para o mandato de 2023/2031. Ele conseguiu mais de 2,3 milhões de votos, o que representa 29% dos votos válidos.
O ex-jogador de futebol Danrlei (PSD) foi reeleito como deputado federal pelo Rio Grande do Sul. Este é o quarto mandato do ex-goleiro. Ele teve pouco mais de 97 mil votos, sendo o 20º mais votado no estado.
A cantora Leci Brandão (PC do B) foi reeleita deputada estadual pelo estado de São Paulo. Este será o quarto mandato da artista. Ela foi eleita com pouco mais de 90 mil votos.
O ex-nadador Luiz Lima (PL) foi reeleito deputado federal pelo Rio de Janeiro, com 69 mil votos.
O ator Mário Frias (PL) foi eleito deputado federal pelo estado de São Paulo. Ele, que também foi secretário especial de cultura do governo Bolsonaro, teve mais de 122 mil votos.
O jogador Maurício Souza (PL), o Maurício do Vôlei, foi eleito deputado federal pelo estado de Minas Gerais. Em outubro do ano passado, ele se envolveu na polêmica ao criticar a sexualidade do filho do Super-Homem. Ele chegou a ser afastado do Minas Tênis Clube, na época. No início do ano, o jogador se filiou ao PL. O atleta teve 83 mil votos.
O ator Thiago Gagliasso (PL), irmão do também ator Bruno Gagliasso, teve mais de 100 mil votos e se elegeu deputado estadual pelo Rio de Janeiro.
Pela quarta vez, o humorista Tiririca (PL) se elege deputado federal pelo estado de São Paulo. Nesta eleição, ele recebeu quase 72 mil votos.
O deputado federal Túlio Gadêlha (Rede), namorado da apresentadora Fátima Bernardes, foi reeleito pelo estado do Pernambuco. Gadêlha recebeu pouco mais de 134 mil votos.
Derrotados
A senadora Leila Barros, a Leila do Vôlei, do PDT, concorreu ao governo do Distrito Federal. A ex-jogadora ficou em quinto lugar na disputa, com 4,8% dos votos. Ibaneis Rocha foi reeleito no primeiro turno.
A jornalista Joice Hasselmann (PSDB) não conseguiu se reeleger deputada federal pelo estado de São Paulo. Ela teve pouco mais de 13 mil votos. Em 2018, ela tinha sido a segunda candidata mais votada para o cargo, com mais de 1 milhão de votos, atrás apenas de Eduardo Bolsonaro.
O ator Alexandre Frota (PSDB) não conseguiu se eleger deputado estadual na Assembleia Legislativa de São Paulo. Em 2018, ele foi eleito deputado federal com 155 mil votos. Desta vez, o candidato recebeu cerca de 24 mil votos.
O ator André Gonçalves (PV) se candidatou a deputado estadual pelo Rio de Janeiro. Recebeu pouco mais de 2 mil votos, número insuficiente para a Assembleia Legislativa fluminense.
A ex-paquita Andréia Sorvetão (Republicanos) não conseguiu se eleger deputada federal pelo Rio de Janeiro. Ela concorria pelo Republicanos e conquistou cerca de 1,6 mil votos.
A influenciadora e apresentadora Antônia Fontenelle (Republicanos) se candidatou a deputada federal pelo Rio de Janeiro e conseguiu mais de 30 mil votos, a sexta mais bem votada dentro de seu partido, Republicanos.
A atriz Lucélia Santos (PSB) não conseguiu se eleger deputada federal pelo estado do Rio de Janeiro. Ela teve 10 mil votos nestas eleições.