Durante plenário no Senado, o presidente da casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) tentou constranger o presidente da República, Lula da Silva (PT), na terça-feira, 20, cobrando que houvesse uma retatação do presidente por sua crítica no discusso feito na Etiópia na África, sobre a guerra de Israel na Faixa de Gaza.
“Estamos certos de que uma fala inapropriada e equivocada não representa o verdadeiro propósito do presidente, que é um líder global conhecido por estabelecer ou buscar estabelecer diálogos e pontes entre as nações, motivo pelo qual, em especial por essa confiança que tenho no perfil conciliador do presidente Lula, uma fala dessa natureza deve render uma retratação”, disse o presidente do Senado.
O senador Omar Aziz (PSD-AM), então, pediu a vez da palavra e saiu em defesa do presidente Lula, além de criticar as várias vezes em que o Senado teria feito "vistas grossas" aos ocorridos no governo anterior.
Aziz pediu a Pacheco que tipificasse as afirmações que fez sobre a situação que está ocorrendo na guerra de Israel, pois ele não encontrava razão para reprimenda contra o presidente do Brasil na fala em que Lula menciona, "O que está acontecendo na Faixa de Gaza não existe em nenhum outro momento histórico, aliás, existiu, quando Hitler resolveu matar os judeus".
“Tipifique-me 30 mil vidas mortas [palestinos], como morreram 700 mil pessoas no Brasil [covid] e eu não vi nenhum histerismo na internet por parte da direita, por parte de alguns, nem por parte desta casa”, argumenta o senador.
Em seguida, Aziz, menciona sobre a visita que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), recebeu fora da agenda, frisando o silêncio da direita e do Senado, da neta nazista de um ex-ministro de Hitler, que ficou no cargo por mais de uma década.
O representante do Amazonas, fala da deputada alemã Beatrix von Storch, com quem Bolsonaro fez foto sorrindo e postou nas redes sociais. "E tirar um milhão de palestinos e dizer: vocês saiam daqui, vão para o gueto, saiam daqui, porque nós vamos atacar. Tipifique o que é isso. Não tem que se comparar realmente com o Holocausto, é impossível. Agora, o presidente Lula nunca abraçou uma deputada nazista, neta de ministro, e a direita quietinha”, disse.
Omar, que é filho de palestino, salientou toda solidariedade ao povo judeu em seu desabafo, acrescentando que é preciso separar a população de Israel do que o governo do país está fazendo, e que foi isso que Lula fez, ao ser solidário com o povo palestino, e que ele está olhando para toda situação da guerra onde soldados preparados e armados estão lutando contra mulheres e crianças.
"O povo judeu é uma coisa, que todos nós respeitamos. Não confunda o povo judeu com esse governo de direita, sionista, de Israel. Não confunda. Ao povo judeu todo o nosso respeito, a nossa solidariedade, pelo que aconteceu” falou o Senador.
O senador também questionou quantos terroristas do Hamas teriam sido presos ou mortos na guerra.