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Foto: Reprodução
Em áudios enviados ao ex-sócio de Flávio Bolsonaro, Alexandre Santini, ex-assessor do político na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Fabrício Queiroz, afirmou que família passa por dificuldades e que recebe "migalhas". Ainda nos áudios, ex-assessor pede dinheiro a Santini, e alega que "sabe de tudo" sobre outros aliados favorecidos pelos Bolsonaro.
Os áudios, que foram compartilhados em 2022, mostram o descontentamento de Queiroz em relação à família Bolsonaro, devido à falta de apoio. As mídias foram reveladas pelo colunista Rodrigo Rangel, do portal Metrópoles.
Santini e Queiroz se aproximaram durante o mandato de Flávio Bolsonaro como deputado estadual no Rio. Queiroz é acusado de operar um esquema de rachadinhas no gabinete de Flávio na Alerj, enquanto Santini abriu uma franquia de chocolate com Flávio, que foi fechada após o Ministério Público alegar que o local era usado para lavagem de dinheiro das rachadinhas.
Queiroz ameaça clã Bolsonaro em áudios: "Sei das tretas, informação é o que mais tenho"
"Tô passando uma dificuldade muito grande, e eu tô precisando de um dinheiro, tá? Natal chegando aqui… Tô com problema financeiro mesmo, irmão. Não é com migalhas que me dão aí de vez em quando que resolve a minha vida, não, cara", disse Queiroz no áudio.
Os áudios foram trocados pouco depois de Queiroz e Santini retomarem o contato, após um período sem se comunicarem. De acordo com o portal Metrópoles, isso ocorreu apesar de uma orientação entre os aliados próximos de Flávio Bolsonaro para evitar conversas telefônicas com Queiroz. No áudio, também foi questionada a possibilidade de chamar o ex-sócio do filho "zero um" de "amigo", porque Santini havia afirmado anteriormente que não poderia falar com Queiroz.
'Família tratada igual lixo'
Queiroz expressou sua decepção após seus filhos, Nathália e Felipe, terem sido dispensados de seus empregos na Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (Ceperj). Eles permaneceram nos cargos por apenas um mês, tendo sido contratados por recomendação de Flávio Bolsonaro ao secretário Gutemberg Fonseca.
Queiroz ameaça clã Bolsonaro em áudios: "Sei das tretas, informação é o que mais tenho"
"Meus filhos foram enganados. Esse Gutemberg Fonseca é um vagabundo, ele empregou minha filha e meu filho, um mês de salário e mandaram embora. Mandaram embora não... Pagaram uma vez, estourou o negócio da Ceperj e aí cortaram o salário. A minha família está sendo tratada igual lixo", diz. "Eu sei das tretas dele [Gutemberg Fonseca] todas. Eu não sou de bobeira, entendeu? Você sabe que informação é o que eu mais tenho", continua.
Em outros áudios, Queiroz sugere que há conhecimento dos esquemas de favorecimento envolvidos aliados próximos da família Bolsonaro. Ele menciona o caso de Victor Granado, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, que conseguiu uma carga para sua esposa, Mariana Frassetto Granado, no gabinete de Flávio no Senado, além de um contrato lucrativo com uma advogada ligada ao senador.
Na coleção de gravações de voz, o ex-colaborador de Flávio Bolsonaro revelaria que a família Bolsonaro frequentemente ajudava seus aliados de diversas maneiras. Especificamente para Queiroz, um dos benefícios era o pagamento das contas da faculdade de sua enteada, Evelyn Mayara, que também foi contratada para trabalhar no escritório de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Em uma das gravações, ele solicita transferências de dinheiro para cobrir as taxas de matrícula da universidade.
Queiroz ameaça clã Bolsonaro em áudios: "Sei das tretas, informação é o que mais tenho"
"A mulher do Victor tá lá pendurada no gabinete ganhando 20 mil, o Victor tá com um contrato milionário com a Luciana… Eu não sou otário, pô, eu sei de tudo, entendeu? Eu quero falar isso com o amigo (Flávio), frente a frente. Porque, se for verdade, eu vou pro pau mesmo", disse em áudio.
