As narrativas e discursos pautados em questões ideológicas tomaram conta da sessão que buscava votar o Projeto de Lei 2630/2020, popularmente conhecido como PL das Fake News. Em meio a discursos inflamados, placas levantadas, gritos com palavras de ordem, o relator do PL, Deputado Federal Orlando Silva (PCdoB/SP), pugnou pela retirada do texto da agenda de votações previstas para a sessão.
Parlamentares da situação, apoiadores do governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, defenderam a aprovação do texto sob a alegação da necessidade de se promover o enfrentamento a notícias que poderiam influenciar o cometimento de crimes, a desinformação no tocante à temas de interesse nacional etc. Fatos recentes, como os massacres ocorridos em escolas, e informações inverídicas sobre agentes públicos, permearam as principais falas.
Já a oposição, alegou em sua ampla maioria, que há interesses escusos por parte do governo na defesa da aprovação da pauta, e que o referido texto não promoveria mudanças consideráveis para a sociedade. A exemplo, o Deputado Federal Sóstenes Cavalcante (PL/RJ), questionou o presidente da câmara, Dep. Arthur Lira (Progressistas/AL) sobre a decisão do adiamento da votação, além de tecer críticas ao Supremo Tribunal Federal, alegando que o há ministros querendo intimidar deputados. O discurso foi acompanhado por um coro com gritos de “liberdade, liberdade, liberdade”.
Após vaias da oposição, o Presidente da Câmara, chamou a atenção dos parlamentares que aplaudiram tal atitude, justificando que o plenário da casa é lugar de se debater ideias, e que para ele é muito difícil conduzir as sessões sob o clima de acirramento que está instalado.
A apreciação do mérito ainda não tem previsão de nova data para votação em plenário.