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POLÍTICA

STF reabre casos de políticos envolvidos em escândalos de corrupção

Moraes determina retorno de inquéritos de Kassab, Geddel e Salles

Imagem ilustrativa da imagem STF reabre casos de políticos envolvidos em escândalos de corrupção

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou o retorno à Corte dos autos de investigações envolvendo políticos, como o presidente do PSD, Gilberto Kassab, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB), e o ex-ministro do Meio Ambiente e deputado federal Ricardo Salles (Novo-SP).

Essas apurações haviam sido enviadas a instâncias inferiores após os políticos deixarem seus cargos, perdendo, assim, o foro especial. Contudo, com a mudança de entendimento do Supremo sobre o tema, Moraes decidiu que os casos sob sua relatoria voltassem a ser analisados pelo STF.

Ao todo, oito investigações retornam ao gabinete de Moraes. Entre elas, estão os casos envolvendo o ex-deputado Aelton Freitas (PP-MG) e o ex-senador Dalírio Beber (PSDB-SC). Há também uma notícia-crime apresentada por Flávio Dino em 2023, quando ainda era ministro da Justiça no governo Lula, contra o ex-procurador Deltan Dallagnol. O ex-deputado teve seu mandato cassado, e Dino o acusava de crimes contra a honra, devido a declarações de Dallagnol que insinuavam ligações de Dino com o crime organizado.

As investigações contra Geddel envolvem, ainda, seu irmão, o ex-deputado Lúcio Vieira Lima (MDB-BA). Um dos casos investiga uma possível "rachadinha" no gabinete de Lúcio na Câmara, e o outro trata de suspeitas de lavagem de dinheiro por meio de negócios agropecuários.

No caso de Ricardo Salles, a ação investiga suspeitas de favorecimento ilegal a madeireiras durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Já a investigação sobre Gilberto Kassab se originou da delação de Wesley Batista e Ricardo Saud, da JBS. Na época da abertura do processo, em 2018, Kassab ocupava o cargo de ministro de Ciência e Tecnologia no governo de Michel Temer (MDB). Após sua saída do governo Bolsonaro, em 2019, o processo foi encaminhado por Moraes à Justiça Eleitoral de São Paulo.

Em 2021, Kassab foi denunciado pela Promotoria Eleitoral de São Paulo por corrupção, lavagem de dinheiro e caixa dois, mas acabou sendo absolvido. A investigação contra o presidente do PSD envolvia duas principais suspeitas: o recebimento de propina no valor de R$ 350 mil mensais por meio da empresa Yape Consultoria Debates Ltda, e o pagamento de R$ 28 mil pela JBS em troca de apoio político do PSD ao PT nas eleições de 2014.

Kassab sempre negou as acusações, alegando que a empresa investigada recebeu recursos lícitos e prestou serviços à JBS, sem qualquer relação com suas funções públicas ou atividades político-partidárias.

Recentemente, Kassab iniciou um movimento de aproximação com o ex-presidente Jair Bolsonaro, intermediado pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). A aproximação tem como objetivo angariar o apoio do partido ao projeto de lei que prevê anistia aos presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Durante um ato no Rio de Janeiro, no último dia 16, Bolsonaro afirmou contar com o apoio de Kassab para a anistia.

O ex-presidente também usou a decisão de Moraes sobre o presidente do PSD para criticar o ministro do Supremo nas redes sociais. Segundo Bolsonaro, há constantes notícias sobre "o uso da justiça por Moraes como arma política, de intimidação, como instrumento de 'pressão' capaz de surtir efeito para intimidar o presidente de um partido. Isso não é normal, a não ser em ditaduras."

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