O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o governo federal fará concessão de empréstimo de R$ 1 bilhão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para ajudar na recuperação econômica das cidades atingidas pelo ciclone extratropical no Rio Grande do Sul. O anúncio ocorreu após reunião interministerial nesta terça-feira, 12, no Palácio da Alvorada.
As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde a semana passada já provocaram a morte de ao menos 47 pessoas. Há ainda nove desaparecidos.
De acordo com o governo, o empréstimo será feito com juro zero, dois anos de carência e apenas com correção da inflação. Além da concessão de empréstimo, o presidente afirmou que a gestão também fará a liberação de R$ 600 milhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para atender 354 mil trabalhadores.
"Eu e o companheiro Alckmin acabamos de fazer uma reunião com a comissão que foi criada para tratar dos problemas do Rio Grande do Sul", declarou, em vídeo divulgado nas redes sociais. "Além dos R$ 740 milhões anunciados por ele no último domingo, tomamos uma decisão agora de fazer uma concessão de empréstimo do BNDES de R$ 1 bilhão para ajudar a recuperar a economia de todas as cidades. E, ao mesmo tempo, a liberação de R$ 600 milhões do Fundo de Garantia para atender 354 mil trabalhadores."
Na sexta-feira, 8, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), já havia anunciado, entre outras medidas, R$ 1 bilhão em linhas especiais de crédito do banco estatal gaúcho Banrisul.
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No fim de semana, Alckmin, no exercício da Presidência, anunciou R$ 740 milhões para as prefeituras dos municípios atingidos pela chuva no Rio Grande do Sul. Para viabilizar o recurso, o governo federal fará uma medida provisória (MP) para abrir crédito extraordinário: parte será de recursos que já têm no Orçamento, e outra parte, por remanejamento.
No vídeo, Lula disse que o governo acompanha a situação da região e, à medida que as informações chegam, a gestão tomará decisões. "O que eu posso garantir ao povo do Rio Grande do Sul, ao povo da região que foi prejudicada pela chuva, é que o governo federal não faltará no atendimento às necessidades do povo da região", disse. "Vamos cuidar do povo com muito carinho porque o povo não pode sofrer do jeito que está sofrendo."
O governo também estuda ações específicas do Ministério da Saúde para reconstrução de hospitais atingidos e unidades de saúde, e do Ministério de Educação para restauração de creches e escolas. Os recursos, contudo, ainda não foram contabilizados.
Além de Lula, participaram do encontro Geraldo Alckmin (vice-presidente/MDIC), José Múcio (Defesa), Rui Costa (Casa Civil), Wellington Dias (MDS), Simone Tebet (Planejamento), Marina Silva (Meio Ambiente), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Márcio Macedo (Secretaria-Geral), Paulo Pimenta (Secom), Jader Filho (Cidades), Waldez Goés (Desenvolvimento Regional), Juscelino Filho (Comunicações), Nísia Trindade (Saúde), Fernando Haddad (Fazenda), Rita Serrano (Caixa Econômica), Edegar Pretto (Conab) e Nelson Barbosa (BNDES).
Como o Estadão mostrou, as trágicas enchentes que atingiram a região do Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, deixaram um rastro de destruição não apenas em residências, mas também nas indústrias locais, em especial nas cidades de Encantado, Muçum e Roca Sales. Muitas empresas ficaram completamente destruídas devido às enchentes.