Desde que tomou posse como governador de Goiás, em janeiro de 2019, pela primeira vez, Ronaldo Caiado tem estimulado o crescimento do União Brasil, partido que surgiu com a fusão do DEM e PSL.
2º vice-presidente nacional e presidente do União Brasil de Goiás, Ronaldo Caiado prepara o partido para o embate eleitoral de 2024 e também ao pleito de 2026. A legenda está presente em todas as regiões do estado – em municípios pequenos, médios e grandes.
A mais recente conquista do UB é a prefeita de Caldazinha, Solange Gouveia, que vai concorrer à reeleição no pleito do ano que vem. Com a filiação de Solange, o partido de Caiado alcança o 92º gestor municipal no Estado, segundo levantamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Ronaldo Caiado prepara alianças do União Brasil com o MDB, Progressistas, Republicanos, Solidariedade, PSD, Avante, Agir, PDT e DC. Atualmente, a base governista conta com 236 prefeitos, de acordo com dados do prefeito Haroldo Naves, presidente da Federação Goiana de Municípios (FGM), um dos coordenadores da campanha pela reeleição da chapa Ronaldo Caiado/Daniel Vilela em 2022.
O União Brasil tem em seus quadros prefeitos como Paulo do Vale (Rio Verde), Dione Araújo (Itumbiara), Paulo Vitor (Jaraguá), Vanuza Valadares (Porangatu), Fernando Pellozo (Senador Canedo), Diego Sorgatto (Luziânia), Vando Vitor (Palmeiras de Goiás), Marden Júnior (Trindade) e deverá receber, nos próximos dias, a filiação de Adib Elias (Catalão).
Como prazo para mudança de partido vai até 2 de abril do ano que vem, o UB deverá receber filiações de gestores de diversas regiões do estado, principalmente da oposição, por exemplo, do PSDB.
A expectativa do Palácio das Esmeraldas é a eleição de expressivo número de prefeitos e vereadores em 2024, o que certamente, vai oxigenar as campanhas para a sucessão estadual e também o projeto de Ronaldo Caiado de concorrer à Presidência da República em 2026.
A recomendação de Caiado é a de que a base esteja unida nas eleições municipais – na cidade o candidato eu tiver maior chance vitória – seja de qual partido – deverá ser o cabeça de chapa. “Teremos um exército muito forte nos 246 municípios para ganharmos as eleições”, ressalta um prefeito caiadista.
Grandes colégios
Os dirigentes União Brasil, PP, PSD, PDT, Solidariedade e outras legendas focam, principalmente, nos grandes colégios eleitorais do estado, como Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Rio Verde, Jataí, Jaraguá, Goianésia, Catalão, Itumbiara, Porangatu, Águas Lindas de Goiás, Luziânia, Trindade e Formosa.
A base governista entende que, para a sucessão estadual de 2026, provavelmente com Daniel Vilela como candidato à sucessão estadual, é fundamental a formatação de uma sólida estrutura de prefeitos e vereadores em todas as regiões do estado, “Vamos nos empenhar para que a base de Caiado e Daniel assegure a reeleição de prefeitos e conquiste novos gestores municipais para chegarmos ainda mais fortes às eleições de 2026”, afirma o prefeito de Campos Verdes, Haroldo Naves, já reeleito, vice-presidente estadual do MDB e presidente da Federação Goiana de Municípios.
Para Haroldo Naves, a força da base aliada é resultado do trabalho administrativo realizado por Ronaldo Caiado e por Daniel Vilela. “Há uma presença muito sólida do governo estadual nos municípios em todas as áreas, principalmente em saúde, educação, segurança, infraestrutura e ações sociais”. Ele elogia o trabalho da primeira-dama Gracinha Caiado. “Ela está sempre em contato permanente com as primeiras-damas”. O prefeito de Goianira, Carlão da Fox, presidente da Associação Goiana de Municípios e filiado ao União Brasil, diz que a base do governador Ronaldo Caiado entra “forte” na disputa pelas prefeituras goianas. “Há um ambiente pela reeleição dos nossos prefeitos e também por conquistas de novas prefeituras, em todas as regiões do estado.
Bolsonarismo
Existem conversações entre lideranças do União Brasil e o Partido Liberal para que haja convergência de chapas às eleições municipais, principalmente em Goiânia e Anápolis, na disputa com o PT de Lula da Silva. O ex-presidente Jair Bolsonaro, durante visita a Goiânia, sinalizou favorável ao entendimento do PL com o governador Ronaldo Caiado. Na capital, o PT vai lançar a deputada federal Adriana Accorsi à prefeitura.
Em Anápolis, o prefeito Roberto Naves, presidente estadual do Republicanos, já conversou com o governador Ronaldo Caiado, presidente do União Brasil, e com o senador Wilder Morais, que dirige o PL, para buscar chapa de consenso para enfrentar o PT de Antônio Gomide.
Há casos em que a base caiadista e o bolsonarismo vão se enfrentar nas urnas como, por exemplo, em Rio Verde, já que o prefeito Paulo do Vale estimula candidatura própria do União Brasil no confronto com o Partido Liberal.
Oposição não consegue formatar nomes competitivos a prefeito
A oposição goiana, representada pelo PSDB, PT, PL, PSB, PC do B, não consegue capilaridade política no interior do estado, muito menos tornar-se competitiva às eleições de 2024. Com a chegada de Ronaldo Caiado ao governo de Goiás, em 2019, a oposição definhou nos municípios, com a decisão de prefeitos, vereadores, deputados federais e estaduais em migrarem para a base governista.
O PSDB, que é presidido em Goiás pelo ex-governador Marconi Perillo, perdeu quadros importantes de prefeitos, vereadores, deputados federais e estaduais ao longo de cinco anos e meio. O próprio Marconi Perillo amargou duas derrotas seguidas para o Senado Federal em 2018 e 2022.
O PT já se tornou pequeno no interior do estado há alguns anos: em 2020, elegeu apenas três prefeitos e sequer foi ao segundo turno em Goiânia. Também não conseguiu, naquele ano, voltar à prefeitura de Anápolis, seu principal reduto eleitoral em Goiás.
A esquerda, formada também pelo PSB, PC do B, Rede, Psol, PCB, além do PT, não avança no interior do estado, onde predomina o eleitorado conservador devido ao agronegócio. Em 2022, o PT conseguiu ampliar de uma para duas cadeiras para a Câmara Federal e manteve as rês vagas de deputado estadual.
O PL vai se submeter a primeiro desafio em Goiás após a filiação de Jair Bolsonaro. O partido, presidido em Goiás pelo senador Wilder Morais, promete candidaturas competitivas em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis, mas não tem nomes fortes nos grotões do interior do estado.
Caso a esquerda e mesmo a oposição conservadora não avance nas eleições municipais de 2024, fica comprometido o projeto de apresentar candidaturas competitivas ao governo de Goiás e às duas vagas o Senado em 2026, avaliam os especialistas em marketing eleitoral.
Até julho do ano que vem, os partidos têm prazo para se movimentar em busca de candidaturas competitivas às prefeituras, fazer alianças e pensar em estratégias para alcançar vitórias eleitorais em 2024 e 2026.