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O ministro da Defesa, José Múcio, expressou sua preocupação com os "embaraços diplomáticos" que o Brasil enfrenta na área de defesa, citando especificamente a recusa em realizar negócios com países como Israel e Alemanha devido a questões ideológicas. Durante um evento em Brasília, Múcio afirmou que a ideologia do governo está interferindo nas negociações essenciais para a indústria de defesa brasileira.
Recentemente, o governo brasileiro bloqueou a venda de obuseiros para Israel, um contrato que poderia chegar a R$ 1 bilhão.
Essa decisão foi influenciada por Celso Amorim, assessor especial da Presidência, que utilizou críticas do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu ao presidente Lula como justificativa para travar o negócio. Múcio lamentou essa situação, afirmando que "a questão diplomática interfere na Defesa", e destacou que a licitação para os obuseiros estava pronta, mas não pôde ser aprovada devido a "questões ideológicas" relacionadas à guerra entre Israel e Hamas.
O ministro também mencionou um outro impasse envolvendo a Alemanha, onde uma proposta de venda de munições foi rejeitada. Ele ressaltou que o Brasil possui munições que não estão sendo utilizadas e que poderiam ser vendidas à Alemanha, mas a negativa foi uma consequência da atual política externa do país. Múcio criticou o retrocesso nos investimentos em defesa, que caiu cerca de 47% nos últimos anos, atribuindo isso a componentes ideológicos e políticos que desvalorizam a importância da defesa nacional.
A tensão entre Múcio e Amorim reflete um embate mais amplo dentro do governo sobre como lidar com questões internacionais e suas implicações na segurança nacional. O ministro enfatizou que é necessário um entendimento mais profundo sobre o papel da defesa no Brasil e como as relações diplomáticas podem impactar as capacidades militares do país.
Além disso, Múcio fez um apelo ao presidente Lula para resolver essas questões pendentes, destacando que as oportunidades perdidas em negociações com empresas como a Elbit Systems poderiam levar à criação de novas fábricas no Brasil, aumentando a capacidade industrial local.
O cenário atual revela um dilema complexo: enquanto o governo busca manter uma postura ideológica firme em suas relações internacionais, isso pode estar custando oportunidades valiosas para fortalecer sua base industrial de defesa e garantir a soberania nacional.
