O presidente da China, Xi Jinping, enviou no domingo uma mensagem para Luiz Inácio Lula da Silva desejando a pronta melhora do presidente brasileiro. Diagnosticado com broncopneumonia bacteriana e influenza A, Lula teve de cancelar a viagem ao país asiático.
O líder chinês manifestou solidariedade ao petista e sugeriu "uma visita o mais cedo possível e em data oportuna para ambos os lados", de acordo com informações de um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.
Lula cancelou a visita que faria à China por recomendações médicas. O médico Roberto Kalil, que cuida da saúde do presidente, afirmou que a recuperação de um quadro leve, como o de Lula, costuma levar, em média, sete dias.
Segundo Kalil, o cancelamento "foi mais por bom senso".
Lula se encontraria na terça com o presidente chinês. Inicialmente, o petista embarcaria para a Ásia no sábado. Após passar por exames na quinta-feira, o presidente brasileiro havia remarcado a viagem para domingo. Na manhã de sábado, cancelou a agenda internacional por completo.
O governo da China informou, em outra manifestação, que mantém contato com o governo brasileiro para o reagendamento da visita de Estado de Lula ao país. Uma possível data, em avaliação por autoridades no Brasil, seria a segunda quinzena de maio.
O Ministério das Relações Exteriores da China também se manifestou sobre a decisão de Lula de postergar a visita de Estado. "Nós compreendemos e respeitamos essa decisão", disse um porta-voz da chancelaria chinesa. "Seguiremos em contato com o lado brasileiro sobre a visita."
Pequim desejou a rápida recuperação do brasileiro. "Enviamos nossos calorosos pensamentos ao presidente Lula da Silva e desejamos-lhe uma rápida recuperação", afirmou a diplomacia chinesa.
Reuniões
A possibilidade de cancelamento da viagem preocupava diplomatas, empresários e autoridades brasileiras em Pequim. Um dia antes do embarque, o governo brasileiro divulgou nota sobre o estado de saúde de Lula. Mais de cem empresários já estavam na capital chinesa, além do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que conduzia reuniões institucionais e de trabalho antecipadamente.
Integrantes do governo e empresários do agronegócio brasileiro sugeriram que Lula viaje em maio, por volta do dia 18, para aproveitar uma feira de alimentação local, a Sial, que costuma ter a presença de Xi Jinping. Lula poderia, então, emendar a visita de Estado à China com a ida à cúpula do G-7, no Japão.
Diplomatas, no entanto, avaliam potenciais sensibilidades chinesas e a disponibilidade na agenda do presidente do país.
Fávaro confirmou a proposta da viagem em maio, mas disse que a nova data depende da China. "A gente tem que respeitar a diplomacia."