Política

Descendentes de militar e de monarca se unem por Bolsonaro

Diário da Manhã

Publicado em 15 de maio de 2018 às 04:13 | Atualizado há 7 anos

Os desmandos ocorridos no Bra­sil nos últimos anos e mostrados de forma clara pela Operação Lava-jato certamente produziram a liderança de Jair Bolsonaro (PSL), o primeiro nas pesquisas para presidente da República. Com o efeito Bolsonaro, a caserna se coloca de prontidão e apresenta militares de variadas pa­tentes para a disputa de cargos no Legislativo e no Executivo, de forma nunca vista em nosso país.

O projeto do deputado Jair Bol­sonaro e sua tropa é fazer com que os militares assumam novamente o poder por meio do processo de­mocrático. De acordo com alguns cientistas políticos de plantão, o ex­-presidente da Suprema Corte Joa­quim Barbosa seria o único nome capaz de deter o avanço de Bolso­naro rumo ao Palácio do Planalto. Após anunciar sua desistência, Bar­bosa afirmou que vê três riscos no Brasil: Bolsonaro, Temer e o golpe militar. Bolsonaro estava preocupa­do com os 10 pontos na pesquisa do ex-ministro, assim que se filiou ao PSB; com a declaração de Barbosa, de não se candidatar, Bolsonaro dis­se que os votos do homem de Para­catu migrarão para ele! Vale lembrar, ainda, que muitos conhecedores da política nacional acreditam na vol­ta de Joaquim Barbosa ao cenário político, ainda nesta eleição, quan­do poderá repetir o feito de Getúlio Vargas. Deposto em 1945 após forte pressão até mesmo de seus aliados de governo, Vargas voltou ao cená­rio político brasileiro cinco anos de­pois, nas eleições para o Executivo nacional. Foi uma volta nos braços do povo, quando governou o Bra­sil em dois mandatos por 19 anos. Barbosa poderá fazer o mesmo, an­tes das convenções e, disputar o Pla­nalto no dia 7 de outubro!

Conjecturas à parte, o projeto de Bolsonaro segue a todo vapor. A reportagem do Diário da Manhã entrevistou com exclusividade o capitão reformado do Exército Os­car Castelo Branco, sobrinho-neto do Marechal Humberto de Alen­car Castelo Branco, primeiro presi­dente do governo militar. O mare­chal administrou o país entre 15 de abril de 1964 e 15 de março de 1967.

O capitão Castelo Branco, consi­derado na caserna um dos homens mais preparados intelectualmente, entre os militares reformados, fa­lou com desenvoltura sobre o con­vite feito por Bolsonaro para que ele se candidatasse a deputado es­tadual por São Paulo pelo PSL. O descendente do ex-presidente Cas­telo Branco é formado pela Aca­demia Militar das Agulhas Negras, além de ter sido um dos destaques da aviação do Exército, onde ficou por mais de 10 anos como piloto de combate e foi um dos pioneiros da implantação da aviação militar no Exército Brasileiro. O militar re­formado falou da dobradinha que fará na eleição de outubro com o príncipe Luiz Philippe de Orleans e Bragança, que disputará mandato para deputado federal em São Pau­lo pelo PSL. Outra dobradinha do capitão Castelo Branco se dará com o general da reserva do Exército Se­bastião Roberto Peternelli Júnior.

Entrevistado pela reportagem so­bre sua origem militar, o capitão co­mentou com orgulho: “Tenho honra de minha origem militar e pertenço à família Castelo Branco. Tenho quatro irmãos e meu avô era irmão do ma­rechal Castelo Branco. Vale lembrar que meu avô veio muito cedo para São Paulo e construiu carreira pro­fissional como fiscal de impostos de renda, enquanto que o seu irmão se­guiu a carreira militar e tornou-se pre­sidente da República em 1964”, disse.

Referente a Bolsonaro, Oscar Castelo Branco de Luca afirmou: “O Bolsonaro foi meu contempo­râneo. Inclusive, quando eu estava entrando no Exército ele já estava de saída. Depois disso nos reen­contramos na Escola de Educa­ção Física do Exército na Comis­são de Desporto, quando fui atleta de natação e depois atuei na briga­da de paraquedistas, oportunida­de em que novamente encontrei Bolsonaro. Portanto, acompanhei de perto a carreira do nosso presi­denciável no Exército. Estou orgu­lhoso de ter sido convidado por ele para me candidatar a deputado es­tadual por São Paulo”, arrematou.

Quanto à possibilidade da vol­ta dos militares ao poder, por meio do processo democrático, o capi­tão se entusiasmou e de forma elo­quente e até emocionada explicou: “Eu vejo com bons olhos a possi­bilidade de os militares ocuparem postos de comando em nosso país no Legislativo e no Executivo, es­pecialmente o Palácio do Planalto, pleito em que Jair Messias Bolso­naro lidera as pesquisas nos qua­tro cantos da nação brasileira. Nes­te momento crucial da história do Brasil, esse chamado público pe­las forças armadas é um sinal do reconhecimento de nossa compe­tência, organização, método, disci­plina, transparência, prestação de contas e pela probidade adminis­trativa. Vale ressaltar que as ges­tões militares são sempre pauta­das pela legalidade, legitimidade e competência. O povo sabe dis­so e hoje apoia militares para car­gos públicos democraticamente e por meio do voto. Isso ocorre nos 27 Estados da Federação. Acredito firmemente na vitória de Bolsona­ro e na mudança para melhor de nosso país sob o comando de meu companheiro de farda e amigo Jair Bolsonaro”, concluiu.

Quanto à dobradinha com o príncipe Luiz Phellipe, o capitão­-aviador do Exército afirmou: “Tra­ta-se de uma liderança tradicional e um profissional extremamen­te competente que agrega valores ao nosso partido, o PSL. Traba­lharei nesta campanha ao lado do príncipe Luiz Phellipe em deter­minados segmentos de nossa so­ciedade. Na área militar e outros segmentos, pedirei votos ao lado do general Pertenelli, que é uma pessoa de muito valor e está pre­parado para ajudar Bolsonaro no Congresso Nacional”, disse.

Ao final o capitão Castelo Bran­co avaliou de forma mais efetiva a campanha em que Bolsonaro cresce e tem possibilidades de ir para o 2° turno e vencer o pleito. Ele explicou: “Eu analiso o cres­cimento constante de Bolsonaro como fruto de sua transparência, competência e sua história políti­ca. O acompanho desde a juven­tude e afirmo com todas as letras que sua vida foi pautada pela coe­rência e os valores por meio dos quais construiu sua vida. Desejo sucesso a ele e acredito firmemen­te na sua vitória, pois o Brasil pre­cisa agora de uma liderança com seu perfil”, finalizou.

 

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