Hoje, o ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Ola Elvestuen, anunciou que congelará os repasses ao Fundo da Amazônia, que é uma reserva de dinheiro estrangeiro destinada à preservação e combate ao desmatamento, gerido pelo BNDS.
O governo norueguês tomou a decisão após o Ministério do Meio Ambiente brasileiro alterar a gestão do fundo e acabar com o Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa), responsável por administrar a forma que o dinheiro será aplicado na Amazônia.
Com a extinção do Cofa, a sociedade civil e as ONGs perdem poder de atuação em projetos de preservação da Amazônia, aumentando o poder de decisão do Executivo brasileiro. Segundo o jornal "Dagens Næringsliv", o valor bloqueado é o equivalente a R$ 134 milhões.
A Noruega é o país que mais mais doa fundos para a preservação da Amazônia, cerca de R$3,2 bilhões doados. O segundo país, Alemanha, que doou R$ 200 milhões, também congelou o repasse por causa das medidas tomadas pelo atual governo brasileiro.
A visão do governo brasileiro sobre o congelamento de repasses para o Fundo da Amazônia
Ontem (14), o presidente Jair Bolsonaro se pronunciou ao falar que a chanceler alemã, Angela Merkel, deveria utilizar o dinheiro suspenso para reflorestar a Alemanha, alegando que o país europeu precisa muito mais de iniciativas do que o Brasil.
O Cofa, além de determinar em quais ações de preservação o dinheiro é destinado, também é responsável por mapear os resultados das iniciativas e enviar os relatórios para os países.
Com a extinção do comitê, o ministro norueguês afirma que a decisão de Bolsonaro quebra o contrato com os outros países. Alega, ainda, que a medida interfere na transparência e eficiência do Fundo da Amazônia.
O Fundo da Amazônia, criado em 2008, já foi criticado pelo atual presidente do Brasil, porque autoridades de outros países estão pressionando Bolsonaro para aumentar as políticas ambientais, já que o desmatamento na floresta cresceu em 2019.