A decisão do prefeito de Goiânia Rogério Cruz de apoiar a reeleição do governador Ronaldo Caiado vai contribuir com a aproximação do Republicanos, seu partido, e o União Brasil. É a análise de especialistas em marketing político ouvidos pela reportagem.
Rogério Cruz é a principal referência política do Republicanos de Goiás e sua decisão pró-Caiado teve aval da direção nacional do partido, como revelou o próprio prefeito em entrevista a Jackson Abrão, de O Popular Online.
Além do prefeito de Goiânia, apenas o deputado federal João Campos, presidente estadual do Republicanos e pré-candidato ao Senado e o deputado estadual Jeferson Rodrigues, pré-candidato à Câmara Federal, têm algum peso nas definições do partido.
A direção nacional do Republicanos já sinalizou que a prioridade do partido é a conquista de cadeiras à Câmara Federal, o que permite avaliar que, na hora certa, João Campos poderá refluir de sua pré-candidatura ao Senado se não tiver espaço na chapa liderada por Ronaldo Caiado.
O cientista político Wilson Ferreira da Cunha, da PUC Goiás, é de opinião que a direção estadual do Republicanos não vai tomar decisão, em relação a alianças e apoio às eleições de 2022, sem estar em “plena sintonia” com sua liderança maior, o prefeito de Goiânia.
Para o cientista político, se João Campos perceber que não há espaço político para a disputa ao Senado da República, poderá refluir para uma eventual primeira suplência de senador ou até mesmo concorrer à reeleição para a Câmara Federal.
Já o professor Itami Campos, da UFG e da UniEvangélica, entende que o Republicanos existe para seguir a “cartilha política” da Igreja Universal do Reino de Deus e que a palavra do prefeito Rogério Cruz terá “forte influência” nas decisões a serem tomadas pelo partido em Goiás.
Rogério Cruz, com sua posição pró-Caiado, demonstra que não gostaria de ver o Republicanos no palanque de Gustavo Mendanha, Marconi Perillo, Major Vitor Hugo ou Wolmir Amado. “A prefeitura de Goiânia faz parcerias administrativas com o governo Caiado e queremos continuar esse entendimento para o bem da cidade. A reeleição de Caiado é importante para prosseguimos com a execução de projetos a quatro maãos”.
Rogério Cruz assumiu a prefeitura de Goiânia com o afastamento e depois com a morte do prefeito Maguito Vilela e tem adotado pragmatismo político para assegurar a execução do plano de governo definido na campanha eleitoral de 2020.
“Não vamos dar passo atrás, queremos avançar ainda mais e a aliança do Republicanos com o União Brasil será importante para assegurar o ambiente político de boa convivência entre a prefeitura de Goiânia e o governo de Goiás”, enfatiza o prefeito.
O Republicanos deve tomar uma decisão sobre lançamento de candidaturas majoritárias e proporcionais no período das convenções partidárias, de 20 de julho a 5 de agosto deste ano, adianta o presidente João Campos. “Vamos decidir sobre o que será melhor para o Republicanos”.
Decisão de prefeito de Goiânia encolhe projeto de Mendanha
Perguntado sobre qual dos pré-candidatos a governador já colocados – Ronaldo Caiado e Gustavo Mendanha -, em entrevista a Jackson Abrão, de O Popular Online, o prefeito de Goiânia Rogério Cruz Republicanos, afirmou que acompanhará a candidatura do governador, por entender que a administração de uma cidade como a capital precisa trabalhar de mãos dadas com o Governo do Estado, com as parcerias para a realização de obras necessárias para a população.
A decisão de Rogério Cruz de apoiar a reeleição do governador Ronaldo Caiado nas eleições deste ano provoca novo baque na pré-campanha do prefeito Gustavo Mendanha (sem partido), que tinha esperança de receber o apoio do colega de Goiânia. Sem o Republicanos, sem outro partido de maior expressão para se filiar ou integrar sua estrutura, Mendanha é mais um motivo significativo no aumento das dificuldades do aparecidense.
Gustavo Mendanha parece alimentar ainda uma pontinha de esperança de conseguir se filiar no PL, para disputar a eleição na condição de candidato do presidente Jair Bolsonaro, o que não está fácil.
Ocorre que diante de suas andanças de um lado para o outro na busca de apoios, entre o PT de Lula e partidos da base de Bolsonaro, Gustavo acabou despertando a desconfiança dos bolsonaristas, que passaram a atacá-lo dia e noite nas redes ligadas à base do presidente em Goiás.