Dois meses após anunciar que o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto tinha “90% de chances” de ser o vice em sua chapa à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou explícito que a decisão não está tomada e que há ao menos um outro personagem no páreo: a deputada e ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina (PP-MS), pré-candidata ao Senado. Além do potencial de atrair o eleitorado feminino, a parlamentar do Centrão tem bom trânsito entre empresários e é considerada habilidosa.
Integrantes do núcleo duro da campanha vêm defendendo o nome dela junto a Bolsonaro. Por ora, ele indica que Braga Netto continua sendo seu preferido, mas, diferentemente do que vinha ocorrendo, passou a considerar abertamente escolhê-la para o posto. Ontem, em entrevista no Palácio do Planalto, o presidente classificou Braga Netto como “palatável” e, pela primeira vez em meses, afirmou que a questão ainda está em aberto: “É um nome que é palatável, é um nome de consenso, que sabe conversar com o Parlamento. É um colega meu da Academia Militar (...) Ele pode ser o vice. Alguns querem a Tereza Cristina, um excelente nome também. Mas isso vai ser definido mais tarde”.
Também pesa a favor de Tereza Cristina o livre acesso ao empresariado do agronegócio. Na avaliação do entorno de Bolsonaro, a presença dela poderia ampliar o leque de doadores dessa área. O setor é um dos focos de preocupação eleitoral do Palácio do Planalto.